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Circos condenados por maus-tratos a animais continuam atuando nos EUA

1 de junho de 2013
4 min. de leitura
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Por Patricia Tai (da Redação)

Foto: Cole Bros. Circus
Foto: Cole Bros. Circus

O Circo Cole Bros. está de volta com as suas apresentações em New Jersey, mesmo após ativistas de direitos animais terem delatado o circo por abuso e maus-tratos a animais, e depois de ter respondido a várias acusações. E também está nos noticiários por suposto envolvimento com as autoridades. As informações são do NorthJersey.com.

O Cole Bros., da Flórida, e seu parceiro, o Circo Carson & Barnes de Oklahoma, foram convidados a ajudar a levantar fundos para uma Associação Beneficente de Policiais do município. O Carson & Barnes provê espetáculos com animais para o Cole Bros., que desistiu de sua licença de exibição de animais em 2008.

Foto: Cole Bros. Circus
Foto: Cole Bros. Circus

Um treinador foi filmado no final dos anos 90 dando instruções sobre como fazer elefantes realizarem performances, instruções estas que consistiam em xingamentos ao animal e golpes ao mesmo com choques e “bullhook” (vara com gancho de aço na ponta). Quando uma elefante fêmea chamada Becky cometia algum “erro”, o treinador a perseguia, intimidando-a. O que o treinador fazia muitas vezes ficava obscuro no vídeo, pois o corpo de Becky bloqueava a visão da câmera.

“Não os toque. Machuque-os”, disse o treinador na filmagem. “Faça-os gritar. Se eu dizer pra você arrancar a cabeça deles, arrancar o pé, o que isso significa? É muito importante que você o faça”.

Gerentes do Carson & Barnes se recusaram a comentar, mas recomendaram que os jornalistas falassem com a empresa que “fornece” os animais.

“É horrível. Soa horrível”, afirmou Barbara Byrd, co-proprietária e vice presidente da Miller Equipment and Endangered Art, empresa que “aluga” os elefantes para o Carson & Barnes, a respeito do vídeo. “Mas nós não tivemos nenhum animal machucado. O treinador foi repreendido. Ele foi advertido e não abrirá a boca indevidamente nunca mais”.

Em um comunicado divulgado nesta semana, o PETA chamou a atenção para diversas citações do Departamento de Agricultura americano dirigidas ao Carson & Barnes em 2010 e 2011. O grupo publicou o mesmo comunicado antes da chegada do circo em Livingston e Middletown, em Nova York.

O Governo citou um incidente no qual um elefante, enquanto escapava do circo, caiu em um barranco, e outro em que um inspetor viu um espectador que era capaz de alcançar e tocar um elefante.

“Nós temos sérias preocupações”, declarou Carney Anne Chester, advogada do PETA. “Estes circos têm uma história de abuso e negligência aos animais”.

Barbara não nega que violações tenham ocorrido, mas ela as minimiza. Ela disse que o elefante em questão foi examinado por um veterinário e não estava seriamente ferido, e que o circo agora coloca uma fita amarela restringindo acesso a áreas onde os animais estão sendo atendidos. “Não foi nada”, concluiu.

Ela ainda acrescentou que o circo fará mudanças para assegurar que a violação não ocorra novamente.

Pedro Gongora, da polícia local, disse que tem estado nos bastidores do circo de Garfield nos últimos cinco anos e nunca testemunhou maus-tratos aos animais.

“Se tivesse visto, eu mesmo teria denunciado”, disse ele.

No ano passado, o Cole Bros. foi condenado por crueldade aos animais e fez um acordo com o Governo. O circo pagou uma fiança de 15 mil dólares, mas foi absolvido das acusações de que não estava prestando cuidado apropriado a dois elefantes que agora vivem no Zoológico de Los Angeles.  O acordo foi uma forma de evitar custos de litígio, disse Renee Storey, vice presidente do circo. O PETA havia movido a ação contra o circo naquela ocasião.

Seja como for, o circo Cole Bros. está novamente fazendo as suas apresentações em New Jersey, no Colégio de Garfield. Os shows ocorrerão até domingo.

Nota da Redação: A exploração de animais em “espetáculos” circenses por si só é uma crueldade. Animais usados em circos são privados de viver na natureza, seu habitat natural, são forçados a realizar movimentos que não estão acostumados e não necessitam fazer, ficam longe de suas famílias e do convívio com outros de sua espécie, perdem a autonomia e liberdade, pois dependem de cuidados humanos, entre tantos outros pontos problemáticos dessa exploração cruel, que precisa ter fim. Portanto, mesmo que não apresentem marcas de ferimentos externos, como alega a vice-presidente da empresa que “aluga” elefantes para “espetáculos”, o foto de estarem no circo já configura uma crueldade com suas vidas.

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