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Tigres-siberianos do Extremo Oriente da Rússia estão em perigo

20 de março de 2012
3 min. de leitura
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(Foto: Flickr.com/ bobosh_t /cc-by-sa 3.0)

Os tigres-siberianos que vivem no Extremo Oriente da Rússia foram contados. O número exato de tigres será publicado em abril. Segundo dados preliminares do censo, hoje existem cerca de 450-500 indivíduos. A população permanece estável, o que significa que as medidas para a proteção destes animais podem ser consideradas eficientes.

O censo de tigres é sempre realizado no inverno, pelas pegadas que deixam na neve. Para isso foram selecionados 16 áreas-modelo com quase 250 rotas. Contagens anteriores dos gigantes felinos no Extremo Oriente russo – nas regiões de Primorye e Khabarovsk – deram os mesmos números: 450-500 indivíduos. Se a Rússia conseguir aumentar a população de tigres para 600 animais até o próximo decênio, o país completará o plano aprovado um ano e meio atrás numa cimeira especial em São Petersburgo.

Durante os últimos cem anos, o número de tigres no mundo diminuiu em 25-30 vezes, apesar de o animal ser há muito tempo considerado ameaçado de extinção e a caça ser proibida. O resultado da destruição bárbara de tigres é que três subespécies desses representantes da família dos felinos – o tigre-do-cáspio, o tigre-de-bali e o tigre-de-java – são impossíveis de encontrar em seu habitat natural.

Na Rússia, caçadores matavam tigres em massa nos anos de 1990 – cerca de 50-80 animais por ano. Parafarmacêuticos chineses estavam dispostos a pagar acima de 6,000 dólares por animal morto. Na medicina oriental, os dentes, as garras e os ossos de tigre são considerados bioestimulantes poderosos.

É bem possível aumentar a população de tigres para 600 indivíduos até 2022, nota o analista biólogo da Sociedade Geográfica Russa, Valery Shmunk, esse número seria ótimo para a taiga Ussuri:

“Os tigres, sendo predadores de topo, não podem ser muitos. O número de tigres que existe agora reflete a capacidade do ambiente, ou seja, a capacidade do habitat de alimentar um determinado número de ungulados e, consequentemente, de tigres que deles se alimentam”.

Nos cálculos do número limite de tigres foi também tomado em conta o “problema da habitação”: a área média do habitat de um macho é de cerca de 1,400  quilômetros quadrados. Mesmo os tigres-de-bengala vivem muito mais apertados. Mas, em contrapartida, eles tem mais facilidade em caçar: a selva é uma mesa mais rica para os tigres que a taiga.

Na taiga, as principais áreas de caça de animais são os bosques de cedros e carvalhos. Anteriormente, eles estavam sendo impiedosamente mortos, agora a destruição bárbara da mata parou. Isso significa que tigres têm mais facilidade em se salvar de caçadores e em encontrar alimento, diz Iuri Darman, chefe da sucursal do Extremo Oriente russo do World Wide Fund for Nature:

“A nossa análise mostrou que a exploração comercial do cedro no Extremo Oriente russo terminou no ano passado. A taiga ficou mais segura para o tigre. O ano passado houve uma boa colheita de pinhões, por isso os javalis têm uma vida melhor, e nós estamos esperando uma grande ninhada de tigres”.

Outra medida importante para proteger os tigres é o desenvolvimento de áreas naturais especialmente protegidas. Agora, por exemplo, está sendo criado o parque nacional Terra do Leopardo no sudoeste da região de Primorye, diz Iuri Darman:

“Nesta zona já existem duas áreas especialmente protegidas, e nós estamos criando com base nelas uma mais séria, chamada Terra do Leopardo. Em quase 70 quilômetros ela vai seguir a fronteira com a China. E na China, duas reservas naturais se juntam ao nosso futuro parque nacional. Tudo junto vai ser uma boa área, onde pelo menos uma centena de tigres poderão viver muito tempo”.

Saberemos em abril quantos tigres vivem na taiga do Extremo Oriente russo. Não deverá haver surpresas desagradáveis, dizem os ambientalistas. Já está claro que a população se reproduz e, o mais importante – não se reduz.

Fonte: Voz da Rússia

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