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Estopinha vai ganhar seu coração

1 de março de 2012
3 min. de leitura
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Por Ana Cardilho
em colaboração para a ANDA

Quer ser feliz? Adote um cachorro. Ou gato. Acabo de ver as fotos da Estopinha, uma menina pra lá de simpática que teve filhotes (todos já adotados) e aguarda por um novo lar.

A carinha dela diz tudo: carinhosa, alegre, vai ser uma amiga para sempre.

Há dois anos, adotamos uma pequena. A família estava incompleta, a gente sentia que faltava um “pedaço”. Soube, por uma amiga, protetora de animais, que havia alguns filhotes para a adoção. Fomos lá “só para ver”. E vimos. Vários cães e gatos resgatados da rua, de situações de risco e abandono, sendo bem cuidados naquela casa, amados. Eles faziam a maior festa. Difícil escolher. A vontade era sair dali com o carro cheio de novos amigos. E enquanto carregávamos um, fazíamos carinho em outro, e nos encantávamos com todos, uma criaturinha nos escolheu. Foi ela quem nos adotou. Saimos do abrigo com Lua Maria nos braços. Já era noite e havia uma linda lua no céu. Em casa nos demos conta de que não tínhamos nada: nem ração, tijelas ou cama. Cama? Imagina? Ela ganhou logo o sofá. E na noite seguinte, o quarto, a nossa cama. Dormia de barriga para cima, fazia barulhinhos, sonhava, roncava e soltava pum… Nossa, Lua Maria!! E lá ia a família correndo do quarto para a sala e Lua corria atrás, achando que era hora de brincar de pega-pega. Quando Lua Maria completou um ano, olhamos a casa, reconhecemos nossa alegria como família completa mas… e se?? Mais um?? Por que não? E adotamos Zoe Cristina. Uma baixinha muito temperamental. Chegou mandando em todos, colocando as patinhas para fora. Lua nem liga. Deixa a pituquinha mandar e ela sobe no sofá, mostra os mil dentinhos que Deus lhe deu (na verdade 999 porque um ela perdeu tentando morder a irmã) e ela reina com gosto! Lindo de ver as duas brincando no tapete, correndo de um cômodo para o outro, cochilando nos nossos braços, nos acordando com beijos cheios de saudade.

Precisamos, todos os dias, agradecer pelo privilégio de termos Lua e Zoe em casa. Nós é que ganhamos. Com as festas quando chegamos e mal abrimos a porta, com as lambidas que são os beijos mais gostosos do mundo, com os resmungos quando vai chover, com os roubos de nossos chaveiros (Zoe gosta de roubá-los da bolsa aberta e sai pela casa com eles na boca), com aquele olhar cheio de inocência e amor que só os animais podem ter.

Estopinha está lá… orelhas e focinho ao vento… só esperando uma pessoa de sorte chegar e se apaixonar.

Quem quiser saber do amor, mas do amor mesmo, e falo do amor incondicional, que ultrapassa o amor exercitado entre os seres humanos, deve ter por perto um amigo desses que não precisam de palavras, discursos, provas. Um amigo que apenas se aproxima, apenas se aconchega, apenas te olha. Nos olhos. Como muita gente é incapaz de olhar.

Nossa família não seria tão unida e linda se Lua e Zoe não fossem as donas de nosso coração. Elas são nossa maior alegria.

Você duvida que possa se sentir tão feliz e completo, tão em paz? Adote Estopinha. Olhe bem nos olhos dela, ganhe aquela lambida, deixe que ela durma no meio do seu abraço, dando um suspiro comprido, profundo… e depois me conte…

A experiência é única. Esse amor é único.

Ana Cardilho é escritora e jornalista. Com um olho na realidade e outro na prosa imaginária conta com mais de 20 anos de experiência em rádio e TV, tendo feito reportagens, edição e fechamento de telejornais e programas, e é ficcionista.

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