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Cães sobrevivem em condições precárias e precisam de ajuda

8 de fevereiro de 2012
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Alguns cães necessitam de atendimento veterinário. (Foto: Eduardo Montecino)

O cenário choca e entristece: 60 cachorros, a maioria deles presos durante todo o dia por coleiras, se alimentando no máximo uma vez por dia em potes sujos, dormindo no meio de fezes, se protegendo da chuva dentro de canos de tubulação ou dividindo a mesma casinha velha com vários animais.

Apesar de todo o amor e dedicação recebidos da agricultora Katarina da Silva, 50 anos, os animais precisam de ajuda. Há 12 anos, a moradora do bairro Nereu Ramos começou a abrigar cães abandonados nas proximidades de sua casa. Segundo ela, o amor pelos bichos veio desde criança, mas o fato de não ter tido filhos fez com que o apego aos animais se fortalecesse. “Trabalhei em um hospital e vi muitas pessoas sofrendo. Imagine os bichos que não podem se defender. Os animais dão mais carinho que o próprio ser humano, por isso vou protegê-los até morrer”, afirma.

Os cuidados com os cães tornam a vida de Katarina uma luta diária. Mesmo sofrendo com pedras nos rins, ela e o marido ganham cerca de R$ 1.000 e, da renda familiar, eles destinam quase R$ 600 para cuidar dos animais.

Dona Katarina precisa constantemente separar os cães para evitar a procriação. Mesmo na correria, ela faz questão de “conversar” com eles todos os dias e, vez ou outra, levar cada dia um deles para ajudá-la a recolher capim. E apesar de muitos, quase todos receberam um nome. Na colheita, ela sempre encontra carcaças de cachorros abandonados, que infelizmente, não puderam encontrar quem os ajudasse.

Hoje, as principais necessidades são de comida e vacina contra cinomose, doença altamente contagiosa provocada por um vírus. “Não quero dinheiro, só quero ajudar esses animais”, comenta. Segundo Katarina, ela fez um apelo junto à Prefeitura de Jaraguá do Sul em dezembro de 2010. Após três meses, um veterinário visitou sua residência afirmando que iria vacinar os animais, mas o retorno nunca aconteceu. “Eles dizem que não tem verba para ajudar”, diz. Na casa, há duas fêmeas com caroços cancerígenos, mas a condição financeira impede o tratamento.

Dezenas de animais estão vivendo em más condições. (Foto: Eduardo Montecino)

Grupo de amigos briga pela causa

Ajudar a situação de Katarina e seus cães é uma das lutas do grupo voluntário “Focinhos Carentes”, que também está buscando ajuda para amenizar o sofrimento de aproximadamente 80 cães cuidados pelo reciclador José Paker Neto, 56 anos. A situação desses bichos também é crítica. Sem a menor condição de higiene, os cães vivem e se procriam dentro de uma casa humilde, que não possui nem energia elétrica. Sem geladeira ou fogão, o alimento dos animais são restos de comida que sobram em restaurantes e são armazenados em sacos de lixo.  Em meio a moscas e baratas, a “pasta” fica até uma semana sem refrigeração.

Segundo a voluntária do “Focinhos Carentes”, Makely Klug, em uma visita à residência de Zequinha, ela já chegou a encontrar palitos de dentes e sacos plástico dentro do alimento. “O cheiro do local é terrível, a água dos cães tem insetos e a situação é de calamidade pública. Mesmo recebendo muito carinho dos tutores, tanto os cães de seu José quanto de dona Katarina precisam de mais ajuda para sobreviver”, afirma.

Um forma de obter recursos

O “Focinhos Carentes” está realizando uma rifa com 30 prêmios, ao custo de R$ 2 o bilhete, para arrecadar dinheiro para compra de ração. Os números podem ser comprados na Via Elegance no Calçadão ou na Clínica Espaço Ativo. Outra opção é comprar a rifa através de depósito bancário. Após o pagamento, os voluntários preenchem um bilhete com o nome do comprador, tiram foto e encaminham o comprovante por e-mail. O sorteio acontece no dia 10 de abril. O grupo também aceita doações de ração, potes, material de limpeza, sabonetes anti-pulgas, spray de prata, casinhas usadas, além de aceitar ajuda com despesas de castrações, remédios contra vermes e vacinas. Em valores, o depósito pode ser feito no Banco do Brasil (001), agência 5238-8, conta corrente 6313-4, em nome de Makely Klug e Thiago M. Sequimel, voluntários do grupo. Informações no: [email protected] / http://focinhoscarentesjaragua.blogspot.com/ ou na página do Focinhos Carentes no Facebook.

Fonte: O Correio do Povo

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