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Animais que vivem no CCZ de Campina Grande (PB) são vítimas de maus-tratos

9 de janeiro de 2012
6 min. de leitura
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Foto: Reprodução

Desde 2009 que Organizações Não Governamentais (ONG´s) vêm denunciando a precariedade no funcionamento do Centro de Zoonoses em Campina Grande (PB). Segundo a presidente da ONG Adota Campina, Bárbara Barros tanto o diretor da Instituição, Fernando Grosso quanto os funcionários não são qualificados para trabalharem com os animais domésticos e os maus-tratos acontecem com frequência. “A falta de humanização no Centro de Zoonoses é de estarrecer qualquer ser humano que visite os peludinhos”, desabafou.
A reportagem do PB Agora esteve in loco na manhã desta segunda-feira, (09), no Centro de Zoonoses e constatou todas as denúncias feitas pelas ONG´s. Por volta das 7h, dois funcionários lavavam o galpão principal onde fica boa parte dos cachorros. Detalhe, os cachorros não são deslocados para outro local enquanto fazem a limpeza, resultado, os peludinhos latem sem parar estressados e sofrendo com o frio da água que é jogada por sobre eles.
Foto: Reprodução

Bárbara informou a reportagem do PB Agora que amanhã, (10), irá denunciar junto ao Ministério Público e a Polícia Civil os maus tratos porque passam todos os animais que estão na Instituição. “Já denunciamos uma vez, mas não deu em nada. Vamos mais uma vez acionar o Ministério Público e a Polícia para que isso seja resolvido de vez”, frisou.
A presidente da ONG explicou ainda que apesar da função da entidade não ser a de abrigar os cachorros, tem prestado todo o apoio necessário no sentido de fiscalizar e cuidar dos animais. Alguns deles foram retirados do Centro de Zoonoses, porque, segundo Bárbara não havia a menor condição de permanecerem lá. Alguns cachorros tinham fraturas expostas e passaram dias a fio sem atendimento médico até que a ONG os tirou de lá e em contato com médicos veterinários voluntários acabaram tendo que amputar a perna do animal.
Bárbara revelou também a reportagem do PB Agora que o diretor do Centro de Zoonoses, Fernando Grosso, proibiu a entrada dos colaboradores e ajudadores voluntários das ONG´s a entrarem no Galpão onde estão os cachorros. Segundo ela, a justificativa é de que alguns animais podem transmitir doenças.
Ainda segundo a presidente da ONG Adota Campina não existe medicação suficiente nem alimentação para os animais e a falta de humanização por parte dos funcionários piora ainda mais a situação dos peludinhos que são capturados pelo Centro de Zoonoses. Bárbara disse que a dificuldade maior em adotar esses animais, é porque ao se deparar com a situação deles, as pessoas creem que não há solução para os mesmos.
Foto: Reprodução

A fedentina no local e a própria estrutura física em que são acomodados esses animais deixam a desejar. Segundo Bárbara Barros, a ração destinada aos animais além de insuficiente é de péssima qualidade. Ainda conforme Bárbara alguns animais doentes desaparecem do Centro sem nenhuma explicação plausível, o que leva a crer que há supostamente a aplicação da Eutanásia sem escrúpulo algum. “Nós não temos provas, mas alguns animais doentes supostamente passam pela eutanásia, pois depois de estarem doentes desaparecem do Centro de Zoonoses”, disse.
Os poucos recipientes de água e comida que existem foram doados pela ONG Adota Campina. Os voluntários fazem visitas diárias ao Centro de Zoonoses na tentativa de coibir os maus tratos e fiscalizar de perto o tratamento dado aos peludinhos. Muitos deles, segundo Bárbara, já foram retirados de lá e estão sendo cuidados pela ONG que não tem o papel de abrigá-los, mas em decorrência da maneira que são tratados, acabam tendo que ser retirados do local para não serem mortos.
A reportagem do PB Agora pode constatar que não é apenas o tratamento aos animais do Centro de Zoonoses que deixa a desejar, a própria estrutura física da Instituição está um caos, lixo, mato e animais soltos em locais de estacionamento não faltam. Um dos funcionários que preferiu não se identificar informou que vez por outra aparecem retrovisor de carro quebrado ou arranhões na lataria dos automóveis, supostamente feito por animais de maior porte, a exemplo de jumentos, cavalos e éguas.
Animais não recebem cuidados, e vivem em meio ao lixo (Foto: Reprodução)

O Centro de Zoonoses foi instalado em Campina Grande, no bairro de Bodocongó, na gestão da então prefeita Cozete Barbosa, em 2004, e ao que tudo indicada de lá para cá nunca passou por reformas para dar melhores condições de acolhimento aos animais. É aquele velho ditado: “A instituição parece estar entregue as baratas”.
Bárbara Barros também denunciou que vários vereadores que levantam a bandeira afirmando estarem em defesa dos animais não passa de uma politicagem barata e deslavada. “Na verdade nenhum deles se preocupa com os animais, dizem que são defensores, ma nada fazem para melhorar a situação do Centro de Zoonoses. São todos falsos moralistas e que vem aqui apenas em busca de votos e sequer olham a situação em que se encontram os animais”, desabafou.
Por outro lado, a Secretária de Saúde, Tatiana Medeiros, esclareceu a reportagem do Portal PB Agora que todas as providências no sentido de melhorar a estrutura física e o atendimento aos animais já estão sendo providenciadas, inclusive o diretor Fernando Grosso já tem autorização para realizar reformas no Centro de Zoonoses e adequar o tratamento aos animais que ali estão.
Dra. Tatiana Medeiros alertou que a população deve se conscientizar e cuidar melhor dos animais domésticos, não os abandonando, porque o número de cachorros que chegam ao Centro de Zoonoses é muito grande e nem sempre o Órgão cumpre com seu papel, ocasionando a superlotação. “Temos que alertar para que a sociedade contribua com nosso trabalho e nos ajude a manter a Instituição em funcionamento e para isso é necessário que cuidem melhor dos seus animais domésticos e não os abandone nas ruas”, ponderou.
Um dos ditados mais antigos da humanidade é: “As imagens falam mais que mil palavras”. Confiram abaixo o tratamento dado aos animais:

Fonte: PB Agora

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