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Voluntários salvam 17 baleias na Nova Zelândia, mas 34 morrem

24 de janeiro de 2012
3 min. de leitura
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No local estão ainda 48 baleias (Foto: Imagem: Reuters TV)

Numa luta contra o tempo e pelo segundo dia consecutivo, mais de 90 pessoas estão a ajudar as 48 baleias que ainda estão presas nas águas baixas de uma baía na Nova Zelândia. Do grupo inicial de 99 animais, 34 morreram e 17 conseguiram chegar ao mar alto.
Esta é a primeira vez que Dean Caron, da cidade de Nelson, tenta salvar baleias. “É fantástico podermos contribuir para ajudar a manter vivos estes animais. É uma experiência muito compensadora”, disse o voluntário, desde ontem em Golden Bay, ao jornal online Stuff.co.nz.
Tudo começou ontem (23) de manhã, quando foram avistadas 99 baleias que se desorientaram e ficaram presas nas águas de pouca profundidade da baía, perto de Farewell Spit, o maior cordão de areia da Nova Zelândia, na ilha Sul, com 25 quilómetros de extensão. É uma reserva natural e um santuário para aves, com mais de 90 espécies registadas na zona. Do grupo inicial de animais, 34 morreram nesta noite e as 17 que se conseguiram libertar já foram avistadas longe da costa, numa zona de águas com 28 metros de profundidade, segundo o Stuff.co.nz.
A organização Project Jonah que, desde 1974, treina voluntários para salvar baleias, tem no local mais de 90 pessoas a manterem molhadas e hidratadas os 48 cetáceos encalhados durante a maré baixa. Ontem, quando o nível das águas subiu, os voluntários conseguiram levar estes animais para mais longe da costa mas poucas horas depois voltaram. “A maré baixou muito depressa” e “as baleias não conseguiram afastar-se suficientemente rápido na direcção certa”, disse Kimberly Muncaster, responsável pelo Project Jonah. “Estamos desesperadamente a tentar manter as baleias vivas até ao cair da noite e esperamos que consigam seguir o seu rumo quando a maré subir”, acrescentou.
“Sinto-me satisfeita. Consegui sozinha libertar uma baleia presa na areia e isso foi muito compensador. É de cortar o coração, mas ao mesmo tempo é maravilhoso poder estar tão perto destes animais”, comentou Katinka Visser, fotógrafa a trabalhar para aquela organização.
Este é o terceiro arrojamento nesta época do ano (Verão na Nova Zelândia), o que não é habitual, considerou ontem o responsável do Departamento de Conservação neozelandês (DOC), John Mason, ao jornal New Zealand Herald. “Normalmente registamos um no Verão, ocasionalmente dois. Mas desde que trabalho aqui, há 10 anos, nunca tivemos três.” No início de Janeiro, 25 baleias deram à costa em Farewell Spit, apenas a dois quilómetros do arrojamento de hoje; 18 conseguiram sobreviver. Em Novembro do ano passado morreram 65, em Golden Bay.
A Nova Zelândia é, juntamente com a Austrália e o Cape Cod (Estados Unidos), um dos locais do planeta onde os arrojamentos são mais frequentes. No entanto, ainda não se conhece a razão. “Existe muita especulação sobre a razão das baleias encalharem nas praias, em sítios específicos. A teoria que prevalece é a de que isso acontece por causa da geografia da área”, disse John Mason. “Existem zonas de bancos de areia que dificultam a orientação por sonar das baleias, que ficam desorientadas e sem saber para que lado é o alto mar”, acrescentou. No caso de Farewell Spit, uma língua de areia estende-se em direcção à rota de migração das baleias-piloto e por isso, se apanharem maré baixa, pode ser perigoso.
Fonte: Ecosfera

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