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Células-tronco são a única chance de cachorro resgatado com anemia

19 de janeiro de 2012
3 min. de leitura
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Joca é um cão de seis anos que foi encontrado abandonado na avenida Washington Luís, zona sul de Sorocaba. Hoje, luta contra uma anemia que, se não for curada, logo pode matá-lo.
O animal já passou por diversos tratamentos, inclusive em São Paulo, e há um ano está recebendo a atenção do Hospital Veterinário Sorocaba.
Nesta segunda-feira (16) recebeu a segunda sessão da terapia com células-tronco no osso direito da perna esquerda.
No mês passado, o veterinário Mário Henrique Calejo, responsável pela saúde do cão, aplicou a injeção na perna direita. No começo de fevereiro será feita a última sessão.“Esse tratamento é feito em último caso, quando já não há outra alternativa de intervenção”, diz o veterinário.
Mário explica que as células são injetadas para que a produção de hemáceas voltem ao nível normal.
Segundo ele, no Brasil esse procedimento ainda está em estudo e não há muitas informações sobre esses casos. “Pode ser que depois da terceira sessão precisemos fazer outra ainda”, comenta.
O quadro de saúde de Joca nunca foi bom. “Minha filha Laís que o trouxe para a casa e ele estava com o corpo todo cheio de carrapatos”, lembra a dona de casa e ex-professora Sandra Abujamra, 51 anos.
Desde que foi encontrado, portando uma doença causada pelos carrapatos, o animal já passou por 20 transfusões de sangue e foi levado três vezes a São Paulo.
Além de Joca, Sandra ainda cuida de quatro cachorros. Todos encontrados na rua. “O último que peguei foi um poodle, de oito anos”, diz.
Aliás, esse poodle lhe causou oito pontos no braço esquerdo.“Joca invocou com o poodle e eu fui separar a briga. Como Cocker é muito genioso acabou me mordendo”, conta.
Mas o carinho que ela sente pelos animais é nitidamente maior que uma briga passageira entre seus “filhos”. Toda semana,  os cinco cachorros são levados à clínica veterinária para tomar banho. Sandra já perdeu as contas com as despesas que têm com eles.
Sucesso da terapia ainda é incógnita
Conforme empresa que forneceu as células-tronco as chances de Joca sobreviver à terapia são de 80 a 90%
A mucosa branca na gengiva foi a principal característica de anemia autoimune apresentada por Joca, que passou por diversos exames para se ter um dianóstico preciso.
“O exame de Coombs, feito para detectar se há anticorpos contra as hemáceas não é preciso. Deu 50% de negativo e 50% para positivo”, relata o veterinário Mário Calejo.
Mas como as outras alternativas já tinham sido testadas  no Cocker, Mário optou pela terapia com células-tronco.
“Cerca de oito milhões de células, por sessão, são colocadas por meio de uma injeção na medula do animal, responsável pela produção das células vermelhas”, explica.
Esse procedimento leva em torno de uma hora e conta com a presença da médica veterinária da Celltronet, empresa que fornece as células, Michele Barros. Segundo ela, o  procedimento já foi feito nas cidades de Piracicaba e de Campinas.
Joca é um cachorro forte e,  apesar da anemia, da insuficiência renal e também da catarata que tem no olho esquerdo, resiste de maneira firme, graças aos cuidados recebidos da tutora e dos veterinários.
Segundo Sandra Abujamra, o seu cão quer mesmo  “continuar arrastando tapete e fazendo festa quando vê que algum conhecido está chegando em  casa”.
Questão de saúde
Os veterinários do Hospital Veterinário Sorocaba afirmam que  Joca não foi o primeiro animal que eles utilizaram esse procedimento com células-tronco.
R$ 1.400 é o valor de cada sessão de terapia com célula-tronco feita no Cocker inglês
Fonte: Rede Bom Dia

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