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Equipamento desenvolvido na Alemanha poderá eliminar o uso de animais em laboratórios

24 de dezembro de 2011
2 min. de leitura
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Por Karina Ramos (da Redação)

Foto: Ron Levine/Getty Images

Pesquisadores do Instituto Fraunhofer, de Stuttgart (Alemanha), recentemente criaram a “fábrica de peles”, que faz parte de um avançado equipamento laboratorial que usa pele do prepúcio de bebês humanos para reproduzir pedaços de pele humana que podem ser usados para substituir o uso de animais nos testes de produtos, disse o jornal German Herald.
Segundo um porta-voz do instituto, este equipamento pode eliminar totalmente o uso de animais e, se desenvolvido em larga escala, pode ser útil no desenvolvimento de tratamentos contra o câncer, doenças de pigmentação e algumas alergias de pele.
Primeiramente, a máquina é aquecida até aproximadamente 37oC, equivalente à temperatura do corpo humano. Depois, mãos robóticas extraem meticulosamente células de peles de prepúcio doadas para o projeto. Todas as amostras originam-se de crianças com até 4 anos de idade. Andreas Traube, engenheiro do instituto, diz que “quanto mais velha a pele, menor o funcionamento de suas células”. Então os cientistas pegam as células removidas (uma única amostra pode fornecer até 10 milhões de células) e as incubam no interior de tubos, onde se multiplicam centenas de vezes. Depois as células são misturadas com colágeno e tecido conjuntivo para criar uma pele de cerca de 5 milímetros de espessura. Todo esse processo leva um tempo aproximado de 6 semanas, que é também o tempo que uma pele leva, em média, para crescer naturalmente.
“Não podemos usar a máquina para acelerar o processo. A biologia precisa de tempo para seguir seu curso”, disse Andreas.
Pelo menos uma organização alemã já aprovou a medida. “Acho que é uma ideia boa. Acredito que células originadas de pele cultivada artificialmente são comparáveis às células de pele real. Acho que ainda vai levar alguns anos para ser realmente implementada, pois há padrões de segurança internacionais complicados e essas mudanças não ocorrem da noite para o dia”, declarou Rolf Homke, da Associação Alemã das Companhias Farmacêuticas Baseadas na Pesquisa.
Autoridades europeias ainda têm que autorizar o uso da fábrica de pele nos testes de produtos. Enquanto isso, cientistas continuam a desenvolver a máquina e estão produzindo pele a uma taxa de 5 mil amostras por mês.

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