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Cão que teve o focinho mutilado permanece internado e responde bem a tratamento, em SP

13 de dezembro de 2011
3 min. de leitura
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Filhote estava internado nesta terça-feira e passava bem (Foto: Clara Velasco/G1)

Um cachorro foi encontrado com o focinho mutilado em uma favela perto da Avenida da Barreira Grande, no Jardim Colorado, na Zona Leste de São Paulo, no início da tarde desta segunda-feira (12). O caso foi publicado em primeira mão pela ANDA, nesta terça-feira.
De acordo com Sandra Saragó, dona de casa que resgatou o animal, pessoas da região afirmaram que o cão foi atropelado. Segundo a veterinária Débora Donato, porém, o filhote de aproximadamente três meses pode ter sido vítima de maus-tratos. “Ele não tem nenhum outro ferimento pelo corpo. Não foi acidente, parece que deceparam o focinho. Nunca vi uma coisa parecida”, disse.
Segundo Sandra, que preside um grupo de proteção animal de donas de casa, uma mulher que mora na favela ligou para ela na segunda-feira (12) informando que um cachorro com o focinho cortado estava em um monte de lixo. No local, Sandra encontrou o filhote dentro de uma casa em construção, escondido. “Quando consegui ver, a emoção foi muita, pois eu nunca vi uma coisa tão feia”, comentou. O animal estava sem a narina e sem parte da arcada dentária superior.
Sandra questionou as pessoas da região sobre o que tinha acontecido com o animal e elas afirmaram que ele foi atropelado no domingo. Parte do focinho do cachorro foi encontrada na rua, mas, segundo a dona de casa, já estava necrosada. Ela então levou o filhote para uma clínica veterinária em Sapopemba, também na Zona Leste, onde recebeu os primeiros cuidados.
Sandra deve ir até o 69º Distrito Policial, em Teotônio Vilela, para registrar o caso ainda nesta terça-feira (13). Um dos problemas apontados pela veterinária é que a pessoa que fez a denúncia está com medo de sofrer retaliação na favela. “Ainda não sei o que vamos fazer, pois a lei para os animais é muito branda”, comentou.
Internação
Nesta terça-feira, o filhote, que recebeu o nome de Chiquinho em homenagem a São Francisco de Assis, permanecia internado no Centro Veterinário Wilson Grassi, em Artur Alvim, na Zona Leste. “Ele está conseguindo comer e beber água. Então, provavelmente ele não precisará ser sacrificado”, comentou Débora. Ele estava sendo medicado e deve passar por um processo de aceleração de cicatrização. Depois, fará uma cirurgia e um enxerto na parte mutilada. Não há previsão para o final do tratamento.
Segundo Leandro Alves, veterinário da clínica em que o cão estava internado, a lesão pode ter sido causada por qualquer ferimento cortante, mas não há como afirmar que foi por maus-tratos. “Pode ter sido um atropelamento. Às vezes o para-lama de um caminhão bateu nele ou foi uma mordida de outro cachorro que infeccionou e necrosou. Eu prefiro acreditar que não foi por maus-tratos”, disse. O veterinário também afirmou que um indício de que o cachorro não foi vítima de crueldade era que ele não parecia estar traumatizado e respondia bem ao contato humano. “Ele está bem e tem todas as condições para se tornar um cachorro sem muitos problemas”.
Os gastos do tratamento estão sendo pagos pela própria clínica. O futuro de Chiquinho ainda é incerto. “No primeiro momento, vou continuar com ele, mas tenho outros animais. Não sei se tenho coragem de doar, mas pode ser que ele arrume uma ótima pessoa que vai cuidar dele direito”, disse Sandra.
Com informações do G1

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