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Família que teve cão morto por tiros luta contra a violência, nos EUA

7 de novembro de 2011
3 min. de leitura
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Por Ledy VanKavage
Tradução por Patrícia Tai (da Redação)

O cão Boomer não sobreviveu (Foto: Reprodução/Animals Change)

É o pior pesadelo para um tutor: seu cão idoso, doente de artrite, foge de seu quintal e, ao invés de encontrar o caminho de casa ou ir para a casa de algum vizinho amigo, é baleado e morto pela polícia.

Foi isso o que aconteceu com Boomer, um golden retriever de 12 anos de idade, cujos tutores eram Lauren e Roy Glass, de São Petersburgo, na Flórida, EUA.

Boomer morreu há menos de um quarteirão de sua casa. De acordo com Roy Glass, a polícia falhou ao não telefonar para ele, como também foi omissa ao não ligar para o serviço de resgate de animais como deveria ter feito de acordo com o código que rege o município. E com isso Boomer foi o sétimo cão morto pela Polícia de São Petersburgo neste ano.

Ao saber da história de Boomer, Nancy iniciou uma petição no site Change.org, com a ajuda do grupo voluntário atuante na Internet chamado Hand4Paws, pedindo que a Polícia de São Petersburgo tenha novos protocolos de treinamento e políticas para lidar com os cães.

Foto: Reprodução/Animals Change

Mesmo não vivendo em São Petersburgo , a Sra Smith sentiu-se compelida a fazer algo pois ela também é tutora de um Golden Retriever idoso que agora rosna quando tentam tirá-lo da cama ou colocá-lo no carro. Esse comportamento não deveria ser a sua sentença de morte.

A triste realidade é que, embora haja aproximadamente um cão para cada quatro pessoas nos Estados Unidos, os policiais em sua maioria recebem pouco ou nenhum treinamento a respeito de comportamento canino.

A família de Boommer está de luto. De acordo com Roy Glass, “esse sofrimento é real, forte e contínuo, passando de tristeza à raiva. Com a ajuda de parceiros, nós criamos no Facebook a página Boomer’s Voice para lutar pela melhora no treinamento e na educação dos policiais quanto aos cães, e para buscar promover uma Legislação que estabeleça reparação de danos pelo assassinato intencional de animais em casos desse tipo.”

A história de Boomer também sensibilizou Peter Fitzgerald, um Professor de Direito da Universidade de Stetson, na Florida, que por sua vez é envolvido em atividades de resgate de cães. “O treinamento adequado aos policiais e outros profissionais envolvidos em incidentes do tipo é fundamental”, disse o Professor Fitzgerald.

“Embora possa haver circunstâncias em que a força letal seja própria e necessária no contato com um cão ou qualquer outro animal, isso deve ser usado como último recurso. Há muitos casos em que as alternativas não letais são mais apropriadas, especialmente quando o animal usa coleira, tem uma placa, e parece ser doméstico”.

A maior parte dos americanos agora considera seus cães como membros da família e está indignada com o caso dos cães baleados. Um departamento de Justiça Comunitária, visando orientar o serviço dos policiais, editou recentemente uma publicação chamada The Problem of Dog-Related Incidents and Encounters orientando a aplicação de princípios de socorristas em incidentes que envolvam enfrentamento com cães. O guia defende que o uso de uma arma raramente é necessário nessas situações.

“Muitas pessoas de bem de todas as esferas da sociedade tem aderido à nossa causa”, disse Glass. “Nós respeitosamente pedimos todo o apoio e a assistência necessários para atingir a esses nossos humildes e nobres objetivos”.

Junte-se você também à causa defendida pela família de Glass, por Nancy e pelo grupo Hand4Paws no sentido de honrar a memória de Boomer. Assine a petição e lute para evitar que mais cães sejam vítimas da Polícia de São Petersburgo.

As informações são da Animals Change.

Ledy VanKavage é pesquisadora de comportamento animal há mais de 25 anos. Atualmente ela trabalha como Procuradora de Direitos Animais para a BFSA (Best Friends Animal Society).

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