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Voluntários chineses ajudam gatos a superar os traumas do abandono e dos maus-tratos

3 de novembro de 2011
3 min. de leitura
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Por Natalia Cesana (da Redação)

Animais que sofreram os traumas da solidão e do abandono recebem cuidados e atenção (Foto: Ning Feng/China Daily)

Amantes dos animais em Xi’an, capital de Shaanxi, província noroeste da China, encontraram uma forma de ajudar gatos abandonados que desenvolveram problemas psicológicos resultantes de uma vida errante. “Gatos abandonados têm seus próprios problemas e esperamos ajudá-los a restaurar a confiança deles no ser humano”, disse Ele Yue, uma amante de gatos de Xi’an. As informações são do jornal China Daily.

Ele Yue, de 25 anos, abriu um bar um mês atrás para ajudar gatos de rua feridos ou com problemas psicológicos. No local é possível ainda às pessoas, depois do trabalho, compartilhar experiências de ajuda aos gatos.

“Alguns gatos de rua ficam feridos em acidentes ou por pessoas que os maltratam. Gatos são animais muito sensíveis e podem aprender a não confiar em humanos que os machucam”, afirmou.

Ela trabalha numa empresa local, mas cuida de gatos abandonados no tempo livre e conhece muitas pessoas que também gostam de gatos e os ajudam pela cidade.

“Durante nossas conversas, percebemos que estes animais têm seus próprios problemas psicológicos, que têm sido negligenciados. Por isso precisamos de um lugar para tratar destes gatos.”

O espaço para a terapia foi arrumado por um dos amigos de Ele, que mantém ainda 15 gatos em tratamento. “Gatos são especiais, são curiosos e demonstram ciúme, solidão e autoestima”, disse. “Qualquer mau trato causará no animal problemas psicológicos. Nossa terapia pretende tratá-los adequadamente com respeito e amor.”

De acordo com Gao Xiufen, amante de gatos e frequentadora do bar, não são apenas os gatos abandonados que têm problemas psicológicos. O gato que ela mantém em casa também teve experiências de sofrimento mental.

“Meu gato não come adequadamente e faz muitos barulhos. Eu o levei ao veterinário e os exames mostraram que ele é normal. O veterinário me disse que poderia ser algo psicológico, pois eu cuidava de outros gatos de rua em casa. Ele sentia o cheiro de outros animais no meu corpo e ficava triste”, contou. “Se você quiser um gato, deve compreendê-lo e tratá-lo adequadamente”, completou Gao.

Não existem dados oficiais sobre a população de gatos abandonados nas ruas, mas estes animais podem ser encontrados em todas as áreas residenciais.

Mais gatos nas ruas significa mais atenção dos moradores: alguns tentam ajudar, mas outros se queixam que os animais perturbam suas vidas.

Cheng Shuqin, de 58 anos e professora aposentada, tem alimentado gatos de rua já há oito anos. Ela gasta cerca de 10 mil yuans (US$ 1.550) por ano, quase a metade de sua aposentadoria, para alimentar aproximadamente 80 gatos abandonados da comunidade onde mora.

Mas outros moradores reclamam que os gatos fazem barulho e são sujos. Tem havido inclusive muitos casos de abuso.

Li Ping, outra admiradora dos gatos, esterilizou 30 gatos abandonados desde setembro passado. Ela esperava que os veterinários fizessem tais operações de graça gatos de rua como um modo de controlar a população felina e acabar com as queixas humanas.

Wei Wei, especialista dos animais locais e proprietária de um hospital animal na cidade, disse que gostaria de oferecer a esterilização gratuita para gatos abandonados, mas precisa considerar os custos reais da operação. “A operação de uma gata custa 1.000 yuan (US$ 157) e do macho, 300 yuan (US$ 47). Não podemos fazar totalmente de graça “, disse Wei.

A dona do hospital acredita que o aumento da população de gatos de rua poderia ser resolvido por meio de leis. Existem regras rígidas para controlar a reprodução de gatos e cães nos países desenvolvidos, mas por enquanto não existe nenhuma organização oficial na China para gerenciá-los.

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