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Peixes-bois de cativeiro do Inpa são reintroduzidos em ambiente natural do Amazonas

27 de outubro de 2011
3 min. de leitura
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Os três peixes-bois Iranduba, Paricatuba e Marupá, com marcação de registro para facilitar o monitoramento (Divulgação/Diogo Souza)

Três peixes-bois mantidos em cativeiro no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) serão enviados para um ambiente de semi-cativeiro em um lago do município de Manacapuru, a 75 quilômetros de Manaus. Os animais são soltos nesta quinta-feira (27) de manhã.

Será a primeira vez que o Inpa em conjunto com a Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa) realizarão o programa de reintrodução de animais em semi-cativeiro.

A fêmea Iranduba e os machos Paricatuba e Matupá serão monitorados durante um ano no lago, quando os pesquisadores analisarão o processo de adaptação e aclimatação dos animais em ambiente natural e ao ciclo hidrológico.

Conforme Diogo Souza, biólogo do Inpa, 13 peixes-bois foram analisados e deverão fazer parte do programa de reintrodução. Entre os critérios estão idade, peso, tamanho, baixa domesticação e estado clínico.

Em 2010, os pesquisadores reavaliaram o programa de reintrodução dos animais ao ambiente natural e concluíram que a melhor maneira de adaptação é deixá-los primeiramente em um semi-cativeiro.

Em 2008 e em 2009, a Ampa soltou quatro peixes-bois na natureza. Dois deles vieram a óbito. Um deles perdeu o equipamento que permitia ser monitorado e o quarto retornou para o lago artificial da Ampa, ao ser encontrado debilitado.

O retorno dos animais à natureza não deve-se à superpopulação da espécie no cativeiro do Inpa – são 49 nos tanques artificiais, segundo Souza.

“O objetivo é tentar restabelecer a s populações de peixes-boi na natureza. È uma ferramenta importante para a educação nas comunidades. As pessoas se sentem mais sensibilizadas”, disse o biólogo.

Monitoramento

A área localizada na região do município de Manacapuru onde os animais serão soltos é semi-natural e drenado pelas águas do rio Solimões e o Lago do Calado.

Os animais do semi-cativeiro receberão um cinto transmissor para serem monitorados. No lago, eles poderão consumir como refeição plantas aquáticas.

Os animais receberam um número e o nome do Instituto, feitos à base de nitrogênio líquido, uma espécie de marcação gelada, para facilitar a identificação visual durante as atividades de monitoramento e manejo no semi-cativeiro.

Educação

Pesquisadores da Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) e do Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA), ambos do Inpa, iniciaram as atividades de Educação Ambiental na região, próximo à área do semi-cativeiro, em agosto deste ano.

A proposta é, durante o período em que os animais ficarão no lago, continuar as ações de conscientização ambiental, para tentar reduzir o número de caça de peixe-boi nessa área.

“Manacapuru tem um grande potencial para soltura, pois tem muito alimento disponível já que os rios são de águas brancas, mas infelizmente a caça ainda é muito frequente nessa região. Com realização da educação ambiental esperamos minimizar a predação dos peixes-bois”, relata Souza.

Durante a cerimônia de soltura, a ser realizada nesta quinta-feira (27), alunos da Escola Municipal Novo Horizonte, da Comunidade Palestina, do município de Manacapuru, terão a oportunidade de ter contato com os peixes-bois que serão futuramente reintroduzidos.

Na ocasião, eles receberão a placa de “Escola Amiga do Peixe-boi”, que será fixada na fachada da instituição de ensino.

Fonte: A Crítica

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