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Caça em Sooretama (ES) continua e coloca em risco preservação de onça-pintada

27 de outubro de 2011
2 min. de leitura
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A Polícia Federal de São Mateus concluiu, nesta quarta-feira (26), o cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça local para combater a caça de animais silvestres na Reserva Biológica de Sooretama, no ES.

A informação é que carcaças de animais foram encontradas em imóveis rurais e urbanos nos municípios de Sooretama, Vila Valério e Jaguaré. Ao todo foram apreendidos carcaças de animais silvestres abatidos, armas e munições sem registros. Duas pessoas foram presas em flagrante, mas não tiveram seus nomes divulgados.

Segundo A PF, os acusados serão indiciados por crime ambiental e posse irregular de arma de fogo.

A caça na região é antiga e, segundo ambientalistas, coloca em risco os últimos representantes das onças-pintadas no Espírito Santo. Estes animais circulam entre a reserva de Sooretama e da Vale, onde são encontrados também veados, cutias, pacas, porcos do mato, entre outros animais.

No ano passado, uma operação também da PF, em conjunto com as polícias Militar e Civil, encontraram em Santa Tereza homens responsáveis por caçar animais silvestres por meio de uma espécie de clube de caça. Na ocasião, nove pessoas foram presas, entre elas empresários da região com alto poder econômico, o que o deu aos crimes o caráter de simples prazer de matar animais.

A megaoperação, batizada de Clube de Caça encontrou, na ocasião, animais mortos e também presos em cativeiro, que seriam comercializados.

ES é rota do tráfico de animais e plantas

O Espírito Santo é uma das principais rotas do tráfico internacional de animais no País. A Rede de Combate ao Trafico de Animais Silvestres (Renctas) aponta a BR-101 como a principal rota do trafico no Estado. Pelo menos 7 mil animais silvestres são traficados no Espírito Santo por ano, mas o número é considerado subestimado.

Os animais, capturados no Norte, Nordeste, inclusive no sul da Bahia, e no próprio Espírito Santo, são transportados nas rodovias capixabas e levados para Rio de Janeiro e São Paulo. Destes estados são enviados ao exterior, principalmente por via aérea.

Animais como pássaros, papagaios, sagüis e cobras estão entre os que mais chamam a atenção dos turistas. Somente no Brasil 38 milhões de animais silvestres são comercializados por ano. Trata-se de uma atividade muito rentável, embora extremamente arriscada: US$ 20 milhões no Brasil. A atividade rende tanto que está absorvendo parte dos traficantes de drogas. Muitos vendem drogas e animais.

O Espírito Santo é também rota internacional do tráfico de plantas da mata atlântica. Comprar ou vender animais e plantas silvestres é crime previsto na Lei 9605/98, de crimes ambientais. No artigo 29, a lei define que quem “matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória”, está sujeito à pena de “detenção de seis meses a um ano, e multa”.

Fonte: Século Diário

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