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Ser vegano é descer do muro

23 de outubro de 2011
2 min. de leitura
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Quando adotei a dieta vegetariana, há doze anos, e em seguida me tornei vegana, eu pouco escutava falar sobre o assunto e, ainda menos, sobre crueldade contra animais. De lá pra cá, muita coisa mudou. Acredito que com maior acesso à internet, ganhamos força para propagar os motivos éticos que estão por trás de dizer não ao hábito de comer carne. Ficou mais fácil compartilhar ideias, somar adeptos e unir forças.

Porém, em contrapartida, ainda é bastante comum um vegano ser considerado uma pessoa radical. Confesso que, lá atrás, ser rotulada assim me irritava profundamente. Mas com o passar do tempo, e a maturidade que ele traz, eu passei a entender que, quando se fala de vegetarianismo, ser radical nada mais é que não ficar em cima do muro. É fazer uma escolha verdadeira e ser fiel aos meus ideais. E isso se tornou motivo de orgulho pra mim.

Para a maioria, uma pessoa que não come carnes, mas consome leite, ovos e seus derivados, não é considerada radical. Claro, é extremamente simples adaptar um prato sem restrições. Tira-se a carne, coloca-se queijo ou ovos e pronto. Comer fica mais fácil e a sociedade aceita bem.

Mas alguém tem que dizer: ovo e leite não são de origem vegetal. Eles não dão em árvore, não brotam da terra, não germinam com a luz do sol. Eles também vêm de animais e nem seriam precisos tantos termos para diferenciar uma dieta. Vegetariano, em sua essência, é vegano.

Não sou contra quem deixa as carnes e come ovos e leite. Até porque, muitas vezes, passar por essa fase é dar um passo a mais em direção ao veganismo. O que sou é a favor de ser radical, sim. Principalmente se o motivo de abolir as carnes for pelos animais.

Se o objetivo maior é não compactuar com dor, sofrimento e morte, não há razão para ficar em cima do muro. Mas há motivos de sobra para radicalizar.

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