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Mais duas universidades canadenses abandonam o uso de animais nos cursos de medicina

21 de outubro de 2011
3 min. de leitura
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Por Camila Arvoredo  (da Redação)

Porky agora está seguro no Canadá. Créditos foto: “National Post”.

Mais duas universidades canadenses concordaram em parar de usar animais vivos no treinamento de estudantes de medicina, marcando o fim desta prática no país, afirmou o principal grupo médico de direitos animais, que impulsionou a campanha para a mudança.

Em novembro de 2010, a Memorial University de Newfoundland, no Canadá, optou por abolir o uso de animais vivos nos laboratórios da Faculdade de Medicina, inspirando as outras universidades a fazerem o mesmo.

Médicos e outros residentes de trauma da Universidade de Sherbrooke e do Hospital do Sagrado Coração, ambos em Québec, começaram a praticar em simulares computadorizados da fisiologia humana, ao invés de utilizarem porcos e cachorros, relatou o canadense “National Post”.

Isso significa que nenhuma das 22 universidades canadenses e hospitais que ofereciam o curso avançado de suporte ao trauma usará animais a partir de agora, disse o médico John Pippin, relações públicas do Comitê Médico para uma Medicina Responsável, de Washington. No último ano, o uso de animais no treinamento de estudantes de medicina quase cessou, ele disse.

“Nós estamos confiantes que o Canadá, Deus os abençoe, está tomando o rumo certo”, disse Pippin.

O Comitê também apoia dietas veganas e vegetarianas, pesquisas mais éticas e humanas e pelo fim do uso de animais no estudo médico e na educação. Embora eles tenham conexões com o PETA, o grupo baseia seus argumentos mais em termos de uma saúde e ciência melhores, do que no que é bom para os animais.

As mudanças nos cursos de trauma foram controversas, embora a Universidade de McMaster em Hamilton ter cessado o uso de animais no ano passado, queixando-se que muitos estudantes acharam os simuladores uma má escolha e que a política só mudou após pressão das associações estado-unidenses.

As universidades de veterinária também disseram que as condições em que os porcos viviam – incluindo o uso de anestésicos pelos estudantes enquanto eram operados e o seu assassinato após a retomada de consciência – eram muito mais humanos do que a matança para alimentação humana.

A Universidade de Sherbrooke foi pressionada pelo Comitê a abandonar o uso de animais no treinamento de estudantes, mas só optou pelo uso dos simuladores após as mudanças feitas em outras universidades, disse o médico Pierre Cossette, professor da Universidade de Sherbrooke.

“É o melhor jeito, falando em termos educacionais, de se ensinar e de se aprender”, ele disse. “Para nós, era muito fácil… o fato de isso ter ajudado a salvar muitos animais foi uma boa coisa.”

Não só os simuladores – bonecos sofisticados ligados a um computador – mimetizam a anatomia humana, mas eles também providenciam um feedback eletrônico para que os residentes saibam o resultado de seu trabalho, disse Cossette.

Uma série de estudos que pesquisaram a opinião dos residentes sugeriram que os simuladores são ao menos uma boa alternativa aos animais vivos. Um estudo da Força Aérea Estado-unidense publicado neste ano, entretanto, mostrou que os residentes que treinaram em animais tiveram mais vantagens de aprendizado do que os estudantes que treinaram em simuladores.

O Comitê está apostando em um objetivo que é exponencialmente mais controverso do que o primeiro: acabar com o uso de animais em toda a pesquisa médica.

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