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Lista de animais ameaçados de extinção no Brasil pode ser maior

15 de outubro de 2011
3 min. de leitura
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O sauim-de-coleira, que só existe no entorno de Manaus, é uma das espécies ameaçadas (Divulgação/Ibama)

O Brasil possui 627 espécies da fauna com risco de extinção. Cerca de 60% estão em territórios protegidos e aproximadamente 75% das áreas federais de conservação abrigam estas populações, a maioria delas na região amazônica.

Até o final deste ano, o Ministério do Meio Ambiente espera concluir 35% dos planos de ação para as espécies mais ameaçadas. A ministra Izabella Teixeira estima que até 2014, o MMA pretende concluir os planos de ação para todas as espécies ameaçadas.

A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, contudo, pode ser maior. A atualização está sendo debatida em reunião que acontece desde início da semana por técnicos do ICMBio. Os técnicos estão avaliando a situação de 1.414 espécies brasileiras. A lista mais atualizada é de 2003.

“Até dezembro devemos chegar próximo de 2.500 espécies avaliadas, com a previsão de atingir, até 2014, a meta de 10 mil espécies previstas”, afirmou a técnica da Coordenação de Avalização do Estado de Conservação da Biodiversidade (Coabio/ICMBio) Rosana Subirá.

A divulgação da lista definitiva deve acontecer apenas em 2012, mas há possibilidade de algumas correções da atual lista ser divulgada antecipadamente, segundo a assessoria de imprensa do ICMBio.

Sauim

Segundo o Atlas de Animais em Extinção em Unidades de Conservação do governo federal lançado este ano, os animais da fauna amazonense mais ameaçados são a onça pintada, o peixe-boi e algumas espécies de primata.

O sauim-de-coleira também faz parte da lista. Atualmente, o ICMBio desenvolve um plano de ação para salvar esta espécie de primata da extinção que existe apenas no ecossistema na região do município de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara.

O coordenador do centro nacional de pesquisa e conservação de primatas brasileiro do ICMBio, Leandro Jerusalinsky, disse ao portal acritica.com, que espera que o Plano de Ação para salvar o sauim-de-coleira já deve entrar nesta lista anunciada pela ministra.

Na próxima semana, um sumário executivo apresentando o extrato do plano de ação já será divulgado ao público.

Segundo Leandro, uma das fases é buscar financiamento privado para ajudar na execução do plano, cujos valores são orçados em R$ 8,5 milhões.

Gestão

Para cientistas e pesquisadores, até o momento, o número de espécies desconhecidas é maior que o de já identificadas. Estima-se que o território nacional abrigue cerca de 210 mil espécies, sendo 134 mil de animais e 49 mil de plantas.

A gestão adequada de espécies inclui o uso sustentável dos componentes da biodiversidade, o acesso do público às áreas de preservação e um amplo processo de participação científica, além de mais pesquisas.

Izabella acrescentou que existe uma nova agenda de conservação para 2020, e que o Brasil deve trabalhar com toda a sociedade e instituições de pesquisa para oferecer uma nova visão de proteção da biodiversidade, de acordo com as orientações das Metas de Aichi, estabelecidas em Nagoya (Japão) durante a última Conferência da Diversidade Biológica (CDB).

Durante o colóquio, os participantes também debateram os modelos jurídicos e a Política Nacional de Conservação da Biodiversidade, além da relação entre economia e diversidade biológica.

Patrimônio

O Brasil é responsável pela gestão do maior patrimônio genético do mundo, sendo considerado o País mais rico em biodiversidade do planeta.

Segundo o secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, Bráulio Dias, a cada ano são descritas cerca de mil novas espécies no País. Talvez possamos gastar cerca de mil anos para descrever toda a nossa diversidade biológica, avalia.

Ele afirmou ainda que a estratégia nacional de biodiversidade está em fase de atualização, e que há a intenção de se estabelecer um fórum brasileiro voltado para o tema.

No entanto, Dias alerta que, de acordo com o terceiro relatório do estudo Panorama Global da Biodiversidade, nunca houve tanta perda da diversidade biológica no mundo como nos últimos 50 anos.

Fonte: A Crítica

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