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Indonésia liberta 600 tartarugas após operação contra tráfico de animais

11 de outubro de 2011
2 min. de leitura
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A libertação nos últimos dias de 600 tartarugas ameaçadas na Indonésia é um passo significativo na luta contra o contrabando desses animais, o negócio que mais gera lucro no mundo depois do tráfico de drogas e de armas.

A Indonésia, junto com o Brasil, é um dos países com maior biodiversidade do mundo, mas a imensa riqueza natural é ameaçada ano após ano pela ação de grandes empresas madeireiras, caçadores e traficantes de animais.

Os ecologistas relataram que o resgate das tartarugas em uma operação coordenada entre as autoridades de Jacarta e de Hong Kong demonstra que a repatriação de animais e a colaboração transnacional são fundamentais para combater o tráfico.

Os animais foram libertados no rio Bupul, escolhido pela International Animal Rescue (IAR), organização encarregada de transportar as tartarugas, porque apresenta as condições adequadas para a reprodução da espécie, além de ser um lugar com baixo risco de capturas.

As tartarugas, da espécie Carettochelys insculpta, que correm risco de extinção, chegaram na quarta-feira ao aeroporto de Jacarta vindas de Hong Kong, onde foram apreendidas em janeiro na maior operação contra o tráfico de animais na ex-colônia britânica.

As tartarugas, que ainda não completaram o primeiro ano de vida, voltaram a seu habitat natural, a província de Papua, no leste da Indonésia, após passar 24 horas de quarentena em Jacarta.

Os filhotes, reconhecíveis pelo focinho em forma de nariz de porco, foram capturados em Papua antes de serem enviados a Hong Kong, onde seu principal destino era se tornar animais domésticos de famílias ricas.

O preço dos animais no mercado “varia entre US$ 20 e US$ 40, mas as grandes chegam a ser vendidas por US$ 2 mil”, explicou à Agência Efe Karmele Llano, diretora da IAR na Indonésia.

O comércio de animais silvestres é um negócio muito lucrativo na Indonésia, um país que conta com 12% dos mamíferos de todo o planeta, 16% dos répteis e 25% dos peixes.

O biólogo holandês Willie Smits, um dos maiores especialistas em conservação no arquipélago asiático, garante que o valor do tráfico de animais procedentes da Indonésia atinge US$ 1 bilhão por ano, apesar de não existirem números oficiais. As espécies que correm mais risco de caírem nas redes do tráfico na Indonésia são os peixes ornamentais, os répteis e os macacos.

No caso das tartarugas, as autoridades indonésias admitem que em média 18 mil são exportadas a cada ano para todo o mundo. Já a rede de monitoração do comércio de animais selvagens Traffic denuncia que este número é, pelo menos, cem vezes superior.

No entanto, as organizações em defesa dos animais consideram que a melhor maneira de lutar contra este problema é conscientizar o consumidor final.

Segundo Karmele, “as pessoas que tem tartarugas em casa não pensam no impacto provocado na natureza. A maioria desses filhotes não consegue se reproduzir em cativeiro”.

Fonte: Terra

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