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Para as lulas, não importa se é macho ou fêmea

3 de outubro de 2011
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Foto: Reprodução/ Hypescience

 

Encon

rar meninas é difícil se você é uma lula maculina que vive em águas profundas e escuras na costa da Califórnia. É raro cruzar com sua própria espécie – e quando você tem a oportunidade, a escuridão do fundo do mar faz com que seja difícil dizer se o novo amigo é macho ou fêmea.

Porém, uma espécie de lula apareceu com uma solução alternativa para este problema, de acordo com um novo estudo. O indivíduo de oito braços simplesmente acasala com qualquer lula de sua espécie que cruza seu caminho. Se isso significa perder um pouco de esperma num acasalamento entre machos, a lula não parece se importar.

Esse comportamento da lula não é necessariamente tomado como mais uma evidência de ligação homossexual no estado selvagem. Pelo contrário, a lula parece sair com qualquer um por necessidade.

Além do habitat escuro em que os animais vivem, os encontros com parceiros são poucos e distantes entre si, e o acasalamento é provavelmente rápido. Os pesquisadores acreditam que a alta frequência de acasalamentos entre o sexo masculino é o resultado de uma combinação de todos os fatores acima.

A lula em questão, Octopoteuthis deletron, é um animal de tamanho médio, cujo corpo pode alcançar até cerca de 17 centímetros de comprimento. Pouco se sabe sobre o ciclo de vida dessa lula, porque é uma espécie relativamente rara e seu habitat de águas profundas não é um convite à observação.

Utilizando veículos operados remotamente, os cientistas foram capazes de captar imagens de 108 lulas O. deletron entre 1992 e 2011, que cruzavam as águas de 400 a 800 metros de profundidade.

Infelizmente, a filmagem não permitiu determinar o sexo de todas as lulas. Mas 39 delas puderam ser classificadas em masculinas e femininas. Foi assim que os cientistas fizeram uma descoberta curiosa: o mesmo número de lulas machos e fêmeas mostraram evidências de um recente encontro com um macho.

Nessas lulas foram vistos pequenos sacos de esperma que a lula macho deposita na fêmea durante o acasalamento. Estes pacotes injetam o esperma no corpo da fêmea. A embalagem permanece presa à sua pele, sinalizando que a lula acasalou recentemente. 9 machos e 10 fêmeas foram vistos com esses pacotes em seus corpos.

Os pacotes foram encontrados em áreas fora do alcance do próprio pênis do macho, garantindo que as lulas não inseminaram a si mesmas acidentalmente. O mais provável é que simplesmente é menos custoso para a lula perder um pouco de esperma em um acasalamento com o mesmo sexo, do que se envolver em um comportamento elaborado para encontrar fêmeas férteis.

A lula vive uma vida solitária e raramente se encontra com membros de sua espécie. Assim, pode fazer sentido agarrar qualquer oportunidade de acasalar.

Pouco se sabe sobre o estilo de vida dessa lula e mais estudos devem ser feitos para comprovar esse comportamento.

Fonte: Hypescience

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