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Tartarugas do deserto eram mantidas em abrigo inadequado

16 de setembro de 2011
3 min. de leitura
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Por Natalia Cesana  (da Redação)

Foto: Noah K. Murray/The Star-Ledger

Um som pesaroso intrigou a vizinhança de Highlands, na Califórinia, EUA, por todo o verão. Era algo tão estranho, um gemido tão pavoroso que os moradores se sentiram obrigados a chamar a polícia.

Durante a investigação, os oficiais decobriram que a origem do barulho vinha de uma tartaruga gigante de Adalbra de 272 kg, chamada Maximus, conforme informou o site NJ.com. Ela vivia com outras três da mesma espécie no quintal de uma casa. Uma das tartarugas pesava 56 kg e as outras duas pesavam 22 kg cada.

Os quatro animais foram retirados da propriedade na terça-feira e levados para o Parque Zoológico Popcorn, em Lacey, onde ficarão até que um lar definitivo seja encontrado. Enquanto isso, o ‘tutor’ das tartarugas, Richard Hines, foi acusado de oito crimes por crueldade animal e por manter animais exóticos em cativeiro.

Cristina, esposa de Hines, disse, entretanto, que toda a situação não passa de um mal-entendido. Ela explicou que Maximus não chora de tristeza. “É um chamado de acasalamento. Ouço isso há anos e é uma espécie de brincadeira para nós.”
Mas para Victor “Buddy” Amato, funcionário da SPCA de Monmouth, não se trata de uma brincadeira. De acordo com ele, os répteis estavam desnutridos e com buracos do tamanho de uma moeda nos cascos, tampados com uma massa aderente de plástico.

“As tartarugas estavam vivendo em um abrigo inapropriado, sem sol”, relatou Amato em relação ao cercado em que estavam os animais. “Os tutores cavaram valas para que as tartarugas se deitassem mas, como elas são originárias do deserto, a água é a pior coisa do mundo para elas.”

A espécie africana da tartaruga de Aldabra é a segunda maior criatura no mundo, de acordo com o site do Zoológico de Los Angeles. Apenas os répteis da Ilha de Galápagos são maiores.

“Encontrar animais deste tamanho é certamente incomum”, disse Larry Ragonese, do Departamento Estadual de Proteção Ambiental. “Periodicamente encontramos cobras, crocodilos, mas essa espécie de tartaruga é algo com o qual não temos muita experiência.”

Ragonese explica ainda que os oficiais do setor de conservação animal visitaram o casal Hines em 1º de setembro, para inspecionar a propriedade. “A SPCA estadual recebeu um telefonema de um vizinho, que contou os problemas que eles estavam tendo com as tartarugas. Ele disse que era possível ouvir um som de choro”, relatou Ragonese.

O funcionário disse ao casal que eles precisavam tirar as tartarugas dali e levá-las para uma consulta veterinária. Quando Ragonese voltou nesta terça-feira à casa dos Hines, a situação não havia melhorado. “As tartarugas ainda pareciam estar em más condições, por isso as apreendemos”, disse. “Nós as levamos para fora da propriedade e agora elas foram para um zoológico. Lá elas serão tratadas para que recuperem a saúde.”

Cristina Hines disse que ela e seu marido mantêm as tartarugas há mais de 15 anos. Eles compraram os répteis de um criador na Califórnia e, até o ano passado, os animais viviam na casa do casal situada na Carolina do Norte. Neste verão, entretanto, elas foram trazidas para Highlands. “Nós conhecemos estes animais. Eles estavam perfeitamente felizes na água”, disse Cristina.

Maximus foi transferido para o Parque Popcorn em um trailer para cavalo. O diretor do zoológico, John Bergmann , atraiu a tartaruga para dentro do rebocador com um pedaço de cacto, que esses animais usualmente mastigam para sobreviver. “É o maior réptil que eu já levei. Temos lagartos de 2,5 m, mas essa tartaruga é do tamanho de uma mesa de café”, brincou Bergmann.

Nota da Redação: Espera-se que, assim que os animais estiverem devidamente reabilitados, sejam devolvidos aos seus habitats.

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