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Veterinários ajudam animais em zoo de Tripoli

14 de setembro de 2011
3 min. de leitura
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Por Natalia Cesana  (da Redação)

Imagem: Reprodução/CNN

Osama, um tigre siberiano no Zoológico de Tripoli, na Líbia, tem sofrido há dias. Ele está quieto em um canto, respirando com dificuldade, suas grandes patas imóveis. Sua pelagem cor de caramelo e listrada em preto e branco está coberta de moscas, mas ele está muito fraco para espantá-las.

Segundo informações da CNN, um grupo de experts em direitos animais do Four Paws International da Áustria gentilmente viram o tigre e o veterinário Amir Khalil procura uma veia para aplicar-lhe vitaminas.

Ao ser perguntado por que o tigre está tão doente, o veterinário diz: “Sinceramente não sabemos, mas eu acredito que ele tenha 21 anos. Esta é a hipótese número um. A segunda é que seja muito estresse para ele esse ambiente.”

Durante os conflitos em Tripoli, tiros são disparados do lado de fora do zoológico. Quando as lutas chegam em seu ponto mais acirrado, alguns líbios pegam seus carros e fogem. Os animais do Zoológico de Tripoli, porém, não têm opção. Os ensurdecedores sons de tiros e o cheiro acre da guerra não respeitam essas sensíveis criaturas.

O diretor do zoológico, Abdulfatah Husni, leva a equipe da CNN para onde estão os mamíferos. Ele mostra os invólucros das balas pelo caminho. “Estas são de um Kalashnikov. Você conhece um Kalashnikov?”, pergunta, se referindo a espingardas automáticas.

Na casa dos mamíferos, o telhado está arruinado devido aos buracos feitos por um lança-granadas. Felizmente nenhum animal morreu ou ficou ferido.

Por duas semanas não havia muita água em Trípoli. Para os hipopótamos do zoológico foi um desastre.

O enorme e impassível animal ficou desamparado com sua piscina quase vazia, que agora está sendo lentamente preenchida com uma mangueira. Husni disse que durante o pior momento, os animais tinham que beber a água que havia sobrado e que não podiam nadar como normalmente faziam. Os funcionários do zoológico precisavam borrifar um pouco de água nos animais para manter úmida a dura pele. “Eles estão brilhantes agora”, disse Husni.

Mesmo com os tiros disparados pelos combatentes próximo ao zoológico, 15 funcionários aparecem todos os dias para alimentar e dar água aos animais. “Se isso não for feito, muitos animais morreriam em três ou quatro dias”, explicou Husni.

Enquanto isso, no abrigo do tigre, a equipe de resgate animal tenta salvar Osama. O veterinário Khalil veio de Viena para Trípoli para ajudar depois que viu uma reportagem da CNN sobre o destino desses animais. Osama fica mais quieto e os esforços do veterinário surtem pouco efeito. “Acabou. Chegamos tarde demais”, suspira Khalil, se dando conta que o tigre morreu.

O Zoológico de Tripoli, aberto em 1986, passava por uma grande reconstrução quando a revolução estourou. Sem a guerra, a reforma estava programada para terminar em maio, mas a construtora sul-americana que trabalha no projeto se retirou por questões de segurança, explicou o diretor.

Assista ao vídeo da reportagem da CNN:

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