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Indonésia tenta conter comércio de pangolins e sua extinção

13 de setembro de 2011
3 min. de leitura
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Imagem de outubro de 2010 mostra a apreensão de pangolins em uma casa na Tailândia (Foto: AP)

Autoridades da Indonésia tentam combater a ocorrência de tráfico de animais cada vez mais intensa entre Jacarta, a capital do país, para cidades da China. Uma das principais vítimas deste crime é o pangolim, cuja carne e escamas que tem sido contrabandeada para os chineses, que aplicam tais produtos na culinária e na fabricação de medicamentos artesanais.

Pouco estudado e considerada uma espécie ícone, os pangolins são encontrados na Ásia e África. Eles são controladores naturais de pragas, engolindo formigas e cupins.

Os chineses acreditam que o animal pode curar uma série de doenças e aumentar a potência sexual. Por conta disto, a população da espécie reduziu drasticamente e hoje são encontradas apenas em poucas regiões da Indonésia, Filipinas, além de partes da Malásia e Índia.

“Estamos assistindo uma espécie desaparecer”, afirma o ambientalista Chris Shepard, que monitora o tráfico de animais selvagens na Ásia há duas décadas. Ele diz que é necessário aumentar em cem vezes os esforços para salvar o pangolim.

Dificuldades

Em julho, oito toneladas de carne e escamas, estimados em US$ 269 mil, foram encontrados em 20 caixas de papelão no aeroporto de Jacarta, prontos para o envio à China. Quatro pessoas foram presas. “Estamos tentando ganhar a guerra”, afirmou Raffles Brotestes Panjaitan, oficial da polícia ambiental do país.

Entretanto, ele lista uma série de desafios contra esta prática: pobreza, corrupção, além de uma força policial inadequada aliada à cooperação internacional fraca.

O comércio desta espécie foi proibido em 2002, por meio da Convenção Internacional sobre espécies ameaçadas. Apesar da legislação, o crime continua sendo cometido por caçadores rurais, incluindo os trabalhadores nas plantações da Indonésia.

Filhote da espécie recebe alimento em zoológico de Bangcoc, na Tailândia (Foto: AP)

Penas leves

“Tudo está contra eles, que não têm dentes e sua única defesa é se enrolar como uma bola, usando suas escamas como proteção”, disse Shepherd. Sob estresse, esses animais podem desenvolver úlceras, que os levam à morte.

Além da China, Vietnã e Coreia do Sul também figuram na lista das encomendas ilegais.
Se comparados aos lucros obtidos pela venda dos animais, as penas para o tráfico são baixas. Um pangolim inteiro poderia ser comprado na Indonésia por US$. Entretanto, dependendo do tamanho do animal, o preço poderia subir para US$ 275. Já as escamas eram arrematadas por até US$ 750 o quilo na China

De acordo com o governo da Indonésia, as penas para crimes ambientais deverão ser endurecidas. Embora as apreensões e prisões de pequenos contrabandistas tenham aumentado substancialmente, quase nenhum dos principais compradores foram colocados atrás das grades.

Fonte: G1

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