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Projetos de leis federais visam o fim dos rodeios

3 de setembro de 2011
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Laçadas causam diversos danos aos animais (Foto: Silva Júnior/Folhapress)

Após o sacrifício de um bezerro que havia ficado tetraplégico em uma prova de bulldogging na Festa de Peão de Boiadeiro de Barretos, em SP, foi apresentado na Câmara dos Deputados na semana passada um projeto de lei (PL) que proíbe este tipo de atividade e as laçadas nos rodeios.

“Essa questão do bezerro foi uma cena muito cruel, a gota d’água. Para dar espetáculo, não há a necessidade de explorar os animais”, afirma o autor da proposta, o deputado federal Ricardo Trípoli (PSDB-SP), ao Visão Oeste.

No bulldogging, o peão desce de um cavalo em movimento e deve derrubar um bezerro usando apenas as mãos. O PL 2.086/2011 “proíbe perseguições seguidas de laçadas e derrubadas de animal em rodeios ou eventos similares.”

“Essas provas não só submetem os animais a sofrimento físico e psíquico, mas a risco de lesões, rupturas musculares e paralisia”, afirma Trípoli.

Se o projeto for aprovado, o infrator pode ser multado em R$ 30 mil, valor que dobra na reincidência.

Segundo Trípoli, o PL é um passo no sentido de futuramente proibir totalmente os rodeios. No entanto, a proibição da prática está inserida em proposta mais ampla, o Código Federal de Bem-Estar animal, também apresentado por ele, que tramita desde 2007.

“Dizer que não há maus-tratos a animais em rodeios é inverdade”, afirma o deputado.

“Com a comoção causada pelo caso do bezerro, podemos aprovar mais rapidamente o novo projeto. O Código é amplo e deve demorar um tempo ainda para ser aprovado”, explica Tripoli.

Polêmica sobre maus-tratos

Os rodeios são acusados (e constatados) por protetores dos animais de uma série de maus-tratos. O sedém (espécie de corda que passa pela região da virilha), por exemplo, aperta os testículos e causa dor intensa nos bois.

Já os defensores dos rodeios dizem que o equipamento causa apenas “cócegas” para incentivar o animal a pular. O uso de um condutor elétrico para levar o animal à Arena também é criticado.

“Em muitas provas a crueldade é explícita. O caso do bezerro foi um que chamou mais atenção da mídia, mas existem diversas ocorrências de mortes de animais e até peões pelo Brasil afora”, diz o presidente da Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal (Arca Brasil), Marco Ciampi.

Com informações do Visão Oeste

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