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Laudo comprova que veados do zoo de Recife (PE) foram mortos por envenenamento

30 de agosto de 2011
3 min. de leitura
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Laudo mostra que os animais, mortos nos dias 18 e 27 de junho deste ano, foram intoxicados por carbamato, substância utilizada na fabricação do chumbinho

Nota divulgada ontem pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) confirma a morte por envenenamento de dois veados do zoológico do Recife (PE). Segundo o laudo, os animais foram intoxicados por carbamato. A substância é utilizada na fabricação do chumbinho. O veneno, embora tenha a comercialização proibida, costuma ser empregado no controle de ratos.

Os testes foram feitos no Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox), da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu (SP). O laudo, datado de 16 de agosto, chegou ontem ao Parque Dois Irmãos, onde funciona o zoo, vinculado à Semas. A nota da secretaria informa ainda que a direção do parque encaminhou, ainda ontem, o documento à Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma), “solicitando a continuidade das investigações sobre os fatos para identificação e punição dos culpados”.

Os veados, da fauna silvestre brasileira, morreram em junho, um no dia 18 e outro no dia 27. Antes do óbito, apresentaram sangramento pelo ânus, um dos sintomas de hemorragia interna. O zoológico conta com outros cinco veados, da espécie Mazama gouzoubira.

Há registro de mortes de animais no local desde março de 2009. Exames toxicológicos datados de 5 de março de 2009 confirmaram o envenenamento de um cervo-nobre, um antílope waterbuck e um hipopótamo. Outros, de 14 de agosto do mesmo ano, identificaram que também foram vítimas um emu, um jacaré-de-papo-amarelo, um cuxiú, um bugio-mãos-de-ouro e um cangambá.

A Depoma concluiu dois inquéritos que apuraram as mortes no zoo, em Dois Irmãos, Zona Norte do Recife. Por falta de provas, não conseguiu indiciar ninguém. Uma terceira investigação, ainda em curso, foi aberta com a morte dos veados.

A Depoma alega que é difícil identificar os autores do crime porque o zoo não dispõe de câmeras nos recintos onde se encontram os animais e a vigilância é precária. Há possibilidade, de acordo com os policias, de as mortes serem cometidas por visitantes, funcionários ou ex-funcionários do zoológico. O relatório do segundo inquérito, datado de 31 de maio de 2010, recomenda a elaboração de um plano de segurança, incluindo a instalação de câmeras e o reforço na vigilância.

No fim do mês de julho [há um mês], a Semas prometeu que, em três meses, de 10 a 15 câmeras seriam instaladas no Parque Dois Irmãos. As imagens, segundo o secretário Sérgio Xavier garantiu na época, seriam gravadas.

Além da morte de dois animais com suspeita de envenenamento, a Depoma apura denúncias de que animais estão sumindo no zoo. As diligências começaram em julho e correm paralelamente à investigação da morte dos dois veados. Os policias receberam informações de que animais dados como mortos na verdade desapareceram.

Fonte: JConline

 Nota da Redação: Zoológicos são centros de confinamento e sofrimento, que reduzem a vida de animais essencialmente livres a uma existência limitada dentro de espaços artificiais, distantes de seus habitats.  A partir dessa violência fundamental, decorrem outras piores, e enquanto não for banido esse tipo de tratamento que viola a natureza desses seres, que os separa dos espaços naturais a que pertencem, outros animais continuarão a sofrer todo tipo de infortúnio e dor – causados, em primeira instância, pelo confinamento e por todas as outras agressões que são permitidas em decorrência dessa condição de aprisionamento e vulnerabilidade.

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