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Polícia investiga produto que colou pombos em teto de estacionamento em Campinas (SP)

27 de agosto de 2011
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Um ato de maus-tratos contra pombos virou caso de polícia. A Delegacia de Proteção Animal de Campinas (SP) vai instaurar um inquérito contra a empresa Colly Química, fabricante do repelente para pombos usado em um estacionamento de Campinas, que resultou na morte de diversas aves. Segundo a delegada titular Rosana Mortari, a proprietária do estabelecimento não utilizou o produto com má-fé e seguiu as orientações da embalagem.

A delegada aguarda a perícia confirmar se a cola encontrada nos pombos e no teto do local é a mesma do produto apresentado pela responsável, para abrir a investigação. “A embalagem fala que é repelente, mas se trata de uma cola. O veterinário tentou de diversas maneiras, mas não é possível limpar os pombos. Foi necessário cortar as penas das aves. Agora eles ficarão uns dois meses sem voar. Se o laudo der positivo, a empresa pode responder, além de crime de maus-tratos, por propaganda enganosa”, disse Rosana.

O rótulo informa que “é um produto com características adesivas, destinado a repelir aves, morcegos e formigas pelo contato”. Na orientação, deve-se fazer uma faixa contínua de 3mm de espessura e que a empresa “não se responsabiliza pelo uso inadequado do produto”. Além disso, informa que o uso correto preserva as aves e o meio ambiente.

Com o intuito de evitar a aglomeração de pombos no teto do estacionamento, a proprietária do local procurou lojas especializadas para saber o que fazer. A indicação foi o repelente para pombos. Funcionários passaram o produto por toda a área. Em depoimento, a proprietária disse que pesquisou com outras pessoas se o produto era seguro e foi informada que poderia usá-lo normalmente. Entretanto, os pombos começaram a ficar colados no teto ou tão lambuzados de cola que não conseguiam voar e andar.

“Eles começaram a cair de uma altura de oito metros e morrer. Alguns foram atropelados porque não conseguiam andar direito, outros foram pegos por cachorros. Sem contar os que ficaram colados, agonizando no telhado. Três foram resgatados. A proprietária informou que fez Isso porque estava recebendo muitas reclamações de clientes porque os pombos sujavam os carros”, explicou Rosana.

O aposentado Plínio Ribeiro, de 72 anos, disse que há anos os pombos estavam na rua, mas que não era nada exagerado. “Mesmo que fosse, nada justifica o que aconteceu com eles. O problema é que nessa rua só tem empresas que trabalham com carros, e realmente eles sujavam os veículos. Agora, não existe mais nenhum pombo na rua.”

O engenheiro agrônomo da empresa Colly Química, Alexandre Andrade, disse que a empresa lamenta pelo ocorrido e que está aberta para qualquer esclarecimento. Porém, informa que possivelmente a quantidade aplicada foi exagerada, visto que o produto chegou a impedir que os pombos andassem ou voassem. “Não nos responsabilizamos pelo uso inadequado.

O produto tem consistência de uma cola, mas ele não segura nem pardal se for aplicado corretamente. Ele serve para espantar. O produto é um tipo de adesivo, mas não tem nenhum princípio ativo que possa causar queimação ou qualquer tipo de agressão aos pombos.” Andrade disse que basta passar óleo mineral nas aves para retirar o produto.

Fonte: RAC

Nota da Redação: Espera-se que o caso de seja devidamente investigado, e que a lei seja aplicada com rigor sobre os resposáveis pelas mortes das aves atingidas pelo produto, bem como pelos ferimentos causados em outras, e que sejam punidos conforme prevê a lei de crimes de maus-tratos aos animais.

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