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Espécies que haviam sido dadas como extintas estão sendo redescobertas

18 de agosto de 2011
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O macaco-prego-galego (Cebus flavius) foi uma das espécies redescobertas no Brasil (Foto: Divulgação)

Um estudo publicado no periódico ‘Plos One’ por cientistas de Cingapura, da Austrália e dos Estados Unidos concluiu que a extinção pode não ser para sempre. Vasculhando a literatura científica descobriram que em 120 anos 351 espécies consideradas extintas foram redescobertas. 104 anfíbios, 144 aves e 103 mamíferos.

O estudo só abordou três grupos, os anfíbios, as aves e os mamíferos. As matas tropicais e subtropicais da América do Sul, da África, de Madagascar, da Índia e da Nova Guiné foram os lugares com mais redescobertas. Segundo a pesquisa os animais passaram em média 61 anos desaparecidos.

“Ficamos surpresos, especificamente por ver que a taxa de espécies ameaçadas é exponencialmente crescente, enquanto que poucas espécies que são redescobertas não são ameaçadas”, disse Brett Scheffers, do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Nacional de Cingapura, em entrevista à ‘Folha de S.Paulo’.

Redescobrir espécies extintas pode soar como a melhor notícia dos últimos tempos. No entanto, é preciso olhar a questão por outros ângulos. Podemos pensar que a crise na biodiversidade não é tão grande como se fala. Mas a verdade é que os reencontros aumentaram porque a lista das espécies consideradas em extinção também aumentou.

A crise de extinção, de fato, existe e é bem real. Hoje, 30% de todos os anfíbios, 12% das aves e 21% dos mamíferos estão super ameaçados ou já desapareceram. E calcula-se que a perda de biodiversidade da Terra está mil vezes mais rápida do que o normal. “Existem provavelmente muitas espécies ainda esperando para serem redescobertas, no entanto, encontrá-las é uma corrida contra o tempo” disse Scheffers.

Extinção em dobro

E o pior de tudo é que a maioria das espécies que são redescobertas, quando encontrados, já estão quase extintos de novo. Esse é o caso de 90% dos anfíbios, 86% das aves e 86% dos mamíferos que são revistos.

“Para melhorar a conservação dessas espécies altamente ameaçadas e pouco estudadas, temos que promover e continuar a apoiar estudos ecológicos básicos e pesquisas biológicas. Isto pode ser feito através do maior financiamento ou simplificação do processo para a autorização de pesquisas em áreas pouco conhecidas, especialmente nos trópicos. Só assim podemos reprimir extinções futuras”, explicou Scheffers, sobre a importância de adotar medidas agressivas de conservação.

O Brasil foi um dos países com mais redescobertas em todos os grupos, o que não é nenhuma surpresa se levarmos em consideração a enorme biodiversidade do nosso país. Segundo Scheffers, a “perda de floresta diminuiu no Brasil, especialmente nos últimos anos, no entanto os sucessos de conservação no futuro exigirá ao Brasil manter uma atitude positiva frente à conservação, fornecendo apoio contínuo (por exemplo, através de financiamento e aprovação de autorizações de pesquisa) para inventários biológicos”.

Fonte: MTV

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