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Empresa de energia reforma rede para evitar morte de tuiuiús no pantanal

18 de agosto de 2011
3 min. de leitura
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Para evitar que tuiuiús morram ao tocar os cabos da rede elétrica, a Cemat executou uma obra de urgência no último sábado (30 de julho), nas proximidades da Fazenda Santa Helena, região de Cáceres. Dez eletricistas e um técnico da concessionária trabalharam na substituição de 12 cruzetas ao longo de 1.200 metros de uma Rede de Distribuição Rural (RDR), para adequar a rede ao padrão adotado pela Cemat em áreas alagáveis onde há ocorrência de aves de grande envergadura. Essa rede havia sido construída por particulares e passou à responsabilidade da Cemat apenas em fevereiro deste ano.

Tuiuius, símbolo do Pantanal, mortos em Cáceres. Foto: Ana Lucia Fornanciari/AE

“Substituímos as cruzetas, que são estruturas localizadas no alto dos postes, onde são fixados os cabos de alta tensão. As cruzetas de 2,5 metros foram trocadas por outras mais longas, de 3,5 metros. Também instalamos suportes de topo no alto dos postes. Assim, a distância entre os cabos ficou maior”, explica o engenheiro eletricista Marcelo Gouveia Sebastião, coordenador técnico do Centro Regional de Serviços da Cemat em Cáceres.

“Tomamos conhecimento da morte de aves na região no dia 28 e programamos a obra para dois dias depois. Essa urgência em resolver o problema vai ao encontro da Política de Sustentabilidade da Cemat e ao compromisso assumido pela empresa de promover a preservação ambiental”, defende Marcelo. Para realizar a readequação da rede, foi necessário interromper o fornecimento de energia elétrica a 32 unidades consumidoras, por três horas e meia.

Projeto Tuiuiú

A Cemat estabeleceu, no ano 2000, um procedimento técnico para construção de redes de distribuição em áreas alagáveis do Pantanal cujo objetivo é evitar que os tuiuiús morram eletrocutados ao fechar curto-circuito quando tocam simultaneamente dois cabos da alta tensão.

O tuiuiú é a maior ave voadora do Brasil (com envergadura de 2,2 metros) e símbolo do Pantanal. Assim como as outras aves, o tuiuiú nada sofre se tocar em um único cabo, mesmo que esteja energizado, pois não está em contato com o solo. Porém, pelo tamanho da envergadura, ele consegue tocar em dois cabos ao mesmo tempo – e é quando ocorre a eletrocussão.

“Durante a vazante do Pantanal, formam-se pequenas lagoas e ocorre concentração das aves aquáticas, como o Tuiuiú, em busca de alimento. Como são aves de grande envergadura, estruturas tradicionais oferecem risco de eletrocussão, pois as aves podem tocar em duas fases ao mesmo tempo. As estruturas diferenciadas instaladas nestes locais trazem um espaçamento maior entre as fases, impedindo a morte das aves e permitindo o convívio harmonioso entre o sistema elétrico e a fauna local”, explica a engenheira agrônoma Rosemary Alves, da área de Meio Ambiente da Cemat.

O projeto conta com a consultoria do biólogo Dalci de Oliveira, professor doutor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), para a identificação das áreas onde é necessário o uso da cruzeta mais longa. A engenheira destaca que, no caso da Fazenda das Onças, a RDR era particular e não da concessionária, por isso não estava no padrão. Como não havia ocorrido a vazante até então, a Cemat ainda não identificara pontos críticos naquela rede.

Visita técnica

Para evitar que esse incidente ocorra em outros pontos, uma equipe da área de Meio Ambiente da Cemat está visitando a região pantaneira de Cáceres desde 03 de agosto. O engenheiro florestal José Roberto Ferreira e o biólogo Dalci de Oliveira têm a missão de percorrer as linhas de distribuição para identificar outros possíveis pontos de alagamento, onde a rede deve ser reformada.

Fonte: 24h News

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