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Estudos genéticos podem salvar demônios da Tasmânia da extinção

29 de junho de 2011
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Demônio-da-tasmânia em zoo de Canberra, na Austrália (Foto: Torsten Blackwood)

O marsupial tem sido vítima de um tipo de câncer altamente contagioso, que causa tumores faciais (DFTD, na sigla em inglês) e que, desde sua descoberta há quinze anos, eliminou entre 70% e 90% de sua população em algumas áreas da Austrália, de onde é originário.

“Imaginem só um câncer humano que fosse contagioso através do aperto de mão. Erradicaria nossa espécie muito rapidamente”, disse Stephan Schuster, professor de bioquímica e biologia molecular da Universidade Penn State e principal autor do estudo.

Os especialistas preveem que a epidemia poderia aniquilar toda a espécie em 2016, se alcançasse a totalidade do território onde vivem os demônios da Tasmânia. Nos últimos anos, especialistas em conservação capturaram exemplares saudáveis para criação em zoológico e posterior soltura de novos animais uma vez que a doença for erradicada.

O estudo, publicado na edição desta segunda-feira (27) das atas da Academia Americana de Ciências, sugere como usar a informação derivada do sequenciamento genético da espécie – obtida pela primeira vez por cientistas australianos no ano passado – para selecionar geneticamente uma espécie mais resistente.

Embora pareça lógico selecionar apenas animais com maior resistência inata ao DFTD, Schuster explicou que é importante manter certa diversidade genética para evitar futuras epidemias. É preciso “desenvolver um conjunto de animais saudáveis variados, que podem lutar contra futuras doenças ou até mesmo contra agentes patogênicos que talvez ainda não tenham evoluído”, disse.

Para decidir quais indivíduos escolher em função do seu perfil genético, os cientistas sequenciaram o genoma de um denômio chamado Cedric, nascido em cativeiro e que demonstrou certa resistência ao câncer antes de, eventualmente, sucumbir a uma nova cepa.

Também foram analisados os dados genéticos de uma fêmea, Spirit, nascida em liberdade e que morreu em decorrência da doença, bem como de um de seus tumores.

Em seguida, compararam a informação genética recente com a encontrada em 175 demônios em museus. As informações foram combinadas para criar um modelo que determine quais animais capturar para desenvolver um programa de criação em cativeiro similar aos já existentes na Tasmânia e na Austrália em geral, destacou o estudo.

Com informações do Terra

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