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Programa visa proteger espécies ameaçadas de extinção em ilha

3 de junho de 2011
3 min. de leitura
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Há um sonho em Esteros de Iberá: transformar esse lugar que já é lindo em um paraíso onde homens e animais vivam em harmonia. Nesse mundo de vegetação colorida, água pura e brilhante, o casal de tamanduás são personagens do sonho que já está sendo realizado. Órfãos criados em cativeiro foram preparados para a liberdade e acabaram dando a luz ao primeiro tamanduazinho nascido em Esteros de Iberá em 50 anos.

A repórter Rosane Marchetti embarca para uma ilha de resgate à vida: San Alonso, o lugar escolhido pelos biólogos para reintroduzir o veado campeiro, uma espécie praticamente extinta em Esteros de Iberá. O avião é a maneira mais simples para chegar à ilha. De barco e de carro, levaríamos sete horas.

Foto: Reprodução/ TV Globo

Desembarcamos em São Alonso com muita expectativa. A Fundação Conservation Land Trust comprou a área que tem mais de 10 mil hectares e preparou o lugar para receber animais ameaçados de extinção e aqueles já extintos. Os veados campeiros são os primeiros da lista.

“O projeto começou junho de 2009. Trouxemos dois machos e uma fêmea, e 30 dias depois mais três fêmeas. Desde então, o monitoramento que estou fazendo é destes seis indivíduos. No momento, temos três filhotes”, afirma a bióloga Eugênia Azevedo.

Eugênia nos conduz pelos caminhos que percorre todos os dias, duas vezes. É impressionante como é difícil localizar o grupo de animais, até porque eles são menores que os cervos pantaneiros. São praticamente da altura do pasto. E o pior: são tímidos. De repente, aparece um casal. A fêmea, grávida, traz a certeza de que os animais reencontraram seu lugar.

Chega a hora de deixar San Alonso. Subimos no avião, já com saudades. Só não esperávamos a surpresa: o pneu do avião caiu. O problema com a roda nos obrigou a pernoitar em San Alonso, uma ilha, que não tem energia, não tem telefone nem computador.

Ao redor dessa ilha, ambientalistas e ecologistas seguem na missão de tentar perpetuar as espécies. “A tarefa mais difícil é que é uma reserva muito grande. Ao todo, 60% das terras estão nas mãos da iniciativa privada, e as pessoas não estavam acostumadas a uma cultura de manejos ambientais”, alerta a ecologista Sebastián Cirignoli.

Reprodução/ TV Globo

“Nos últimos cinco anos, houve a chegada de empresas multinacionais que pretendem florestar toda região com pinus, uma espécie de árvore que pode viver em zonas baixas. Descobriram que em Esteros de Iberá podem fazer grandes plantações para a indústria de papel”, declara a bióloga Sofia Heinonenn.

Por isso, há uma batalha de biólogos, fundações privadas e governo de Corrientes para conscientizar os proprietários rurais: que eles continuem tirando dessas terras seu sustento, mas que guardem espaços para os animais.

“Estamos reintroduzindo o tamanduá-bandeira, o veado campeiro, o cateto, a anta. E o mais importante é reintroduzir a onça pintada, a jaguaretê, que seria o grande predador. Com ela, o ecossistema não necessitaria da intervenção humana. O grande predador controla as espécies herbívoras. A ideia final é resgatar a flora e a fauna, e depois entregar esse lugar à Argentina restaurado, para que funcione ecologicamente e que o governo basicamente tenha que investir no controle da caça e da pesca”, ressalta a bióloga Sofia.

É assim que Iberá caminha para o resgate de sua história original: ser um paraíso ecológico. E nós seguimos viagem no outro dia, em outro avião, para conhecer mais histórias deste lugar.

Veja o vídeo.

Fonte: G1

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