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Projeto cria pinturas de cães sacrificados em abrigos para pedir o fim da matança de animais

3 de maio de 2011
6 min. de leitura
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Tradução por Daniel Marques  (da Redação)

Projeto "An Act of Dog" apresenta nesta pintura em óleo, o cão “Lacey”, sacrificado em outubro de 2010, entre os animais homenageados (Ilustração: Reprodução/An Act of Dog)

Vez ou outra você se depara com uma pessoa muito criativa – ou duas – com o empenho e a determinação em fazer a diferença por uma causa que toca o seu coração. Marina Dervan e Mark Barone são duas dessas pessoas. Defendem a sublime causa de tornar os Estados Unidos a primeira nação que não sacrifica cães.

Mark e Marina, amantes de cães por décadas, ainda estão em luto por seu cão de 20 anos de idade que morreu no ano passado.  Estavam desolados de tristeza, quando decidiram que já era tempo de adotarem um novo cão e iniciaram uma busca online, contatando abrigos e grupos de resgate.

Pintura em óleo do cão “Bagel”, morto em outubro de 2010 (Ilustração: Reprodução/An Act of Dog)

Através dessa pesquisa,  descobriram alguns fatos sobre os animais abandonados nos EUA e surpreenderam-se ao constatar que na maioria dos abrigos a taxa de sacrifício chega a 60%. Eles decidiram que precisavam fazer algo quanto a isso.

“Nós simplesmente nos perguntamos… o que podemos fazer? Temos que saber a verdade  lá fora e parar essa ultrajante matança”, Marina me disse em um email “Como podemos combinar nossos talentos para modificar essa situação, abrir os olhos das pessoas, para que juntos não permaneçamos em silêncio sobre as coisas que realmente importam?

No dia seguinte, Mark – um artista prolífico – disse a  Marina que havia decidido pintar retratos do número total de cães mortos a cada dia nos abrigos dos EUA. A ideia começou a tomar forma quando Marina começou a pesquisar sites e abrigos para determinar o número de cães mortos todos os anos.

Ela descobriu que não é obrigatório notificar o número de mortes em abrigos do país. Aprendeu sobre Asilomar Accords- uma tentativa de padronização da coleta de dados dos abrigos – e por meio da Fundação Maddie’s  perceberam que teriam que estimar as conclusões. E assim, calcularam que 5.500 cães são mortos por dia em abrigos nos EUA. Marina e Mark, atualmente, acreditam que o número seja maior, mas concordam com essa estimativa conservadora.

Uma lei para os cães

Marina e Mark apareceram, então, com uma ideia para ajudar a angariar fundos para o resgate de animais e  tentar impedir os sacrifícios. Estão tentando levantar U$$ 20 milhões. Sim, U$$ 20 milhões é muito dinheiro, mas é o único caminho que têm para alcançar seus objetivos.

Mark irá criar 5.500 pinturas dos cães que são mortos em abrigos e as exibirá ao público. Como vimos, isto é um cálculo, por baixo, que Marina e Mark fizeram de quantos cães são mortos diariamente nos abrigos dos EUA.

Eles irão apresentar as pinturas em painéis de dez metros, que juntas serão do comprimento de dois campos de futebol. Será uma declaração surpreendente.

Mural com pinturas de alguns animais sacrificados em abrigos (Ilustração: Reprodução/An Act of Dog)

A evolução da lei dos cães

Inicialmente, o casal pensou que iria mostrar os quadros em várias cidades do país e , eventualmente, vendê-los. Ao perceberem o enorme impacto visual de  5.500 pinturas sobre o cidadão comum, perceberam que só isso não bastava. Assim, a grandiosa ideia foi concebida: planejam exibir em uma tela – do tamanho de dois campos de futebol – em uma área permanente, como em um parque temático, onde as pessoas podem visitar com a família, tanto humana, quanto canina, e ao mesmo tempo procurar lojas e atrações. Imagine a Disneylândia dos cães. Eles estão à procura de um local permanente e receberão  sugestões de qualquer lugar do país.

Pintura em óleo do cão “Roscoe”, sacrificado em outubro de 2010 (Ilustração: Reprodução/An Act of Dog)

A luta ainda está em seus primeiros passos. A primeira fase teve início quando Mark e Marina lançaram 32 cidades que poderiam sediar a criação das pinturas. Finalmente, Louisville, Kentucky foi escolhida, e recentemente Marina e Mark mudaram-se de sua casa em Santa Fé, Novo México. O Melwwod Art Center, em Louisville, doou generosamente o espaço para Mark criar suas pinturas.

As pinturas são só o começo. Na segunda fase, Marina trabalhará em um documentário sobre o movimento de não sacrificar, num esforço para educar o público sobre os problemas enfrentados ao se financiar abrigos que matam. “Queremos ser a grandeza que nossos animais de estimação já acreditam que sejamos, assegurando com nossas vozes e ações que América se torne uma nação de não sacrifício. É a mensagem na página inicial de um ato pelos cães.

O trabalho sobre o documentário está agendado para começar nos próximos meses. Marina já entrevistou alguns trabalhadores de abrigos que estão dispostos a revelar o que se passa nas infames salas da morte, e como os animais são eliminados. O objetivo, claro, é a educação pública com o objetivo de não sacrificar.

Algumas estatísticas preocupantes

Marina declarou que há entre 8-12 milhões de animais por ano que vão para os abrigos. Com a exceção dos fundos privados, abrigos que não matam, a grande maioria dos animais acabará por ser morto, porque não foram adotados “em tempo”. A portaria tipifica, embora cada município é diferente, os mandatos que um animal de rua devem ser reclamados pelo tutor no prazo de 72 horas ou serão sacrificados. Alguns abrigos irão manter o animal por mais tempo, se houver espaço, mas não contemplará todos.

Pintura em óleo do cão “Tuffy”, morto em outubro de 2010 (Ilustração: Reprodução/An Act of Dog)

As pessoas que estão interessadas em participar nesta iniciativa  podem visitar o site para doação, visando custear as despesas.

O trabalho avança

“Não matar “, as pessoas já percebem isso “, Mark me disse em uma entrevista. “Nosso objetivo é mostrar ao público em geral o que está acontecendo em abrigos de  sacrifício, então as coisas podem mudar.” Quando perguntado como emocionalmente desgastante a criação desses retratos pode ser para Mark, ele respondeu, “a motivação desta missão está em mim.”

“Eu tenho que prestar homenagem aos seus espíritos e para isso eu estudo as suas fotos.” Ele passou a dizer o quão difícil é manter contato com um espírito de um cachorro que está agora morto, sabendo que perdeu a vida sem nenhuma razão válida. “Estamos decididos a vê-lo encontrar a paz”, Marina e Mark concordaram: “Nós não queremos que os cães tenham morrido em vão”.

Você gostaria de ajudar?

Mark e Marina estão comprometidos com o conceito de não sacrificar e para isso dedicarão os próximos dois anos de suas vidas. Eles estarão trabalhando no projeto até que este termine, sem nenhuma compensação pessoal. Quer ajudá-los em seus esforços?

Assine a petição para apoiar os abrigos de animais.

Fonte: Care2

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