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A inesquecível experiência de conviver por alguns dias com gorilas

16 de maio de 2011
3 min. de leitura
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Foto: Vanessa Perez

Por Vanessa Perez  (da Redação)

A população de gorilas, felizmente, está crescendo em Ruanda. Pude ver vários bebês agarrados em suas mães. Encontrei, inclusive, uma linda mamãe com filhos gêmeos de cerca de três meses de idade. Isso não é comum, já que em geral um deles morre com até 15 dias de vida.

Os guardas os seguem a certa distância para não perturbá-los, por todos os dias e assim também os protegem. Durante uma hora por dia é possível observar seus costumes, comportamento, alimentação e o fantástico poder que um Silverback (macho dominante do grupo que adquire a cor prateada em suas costas por volta dos 10 anos de idade) exerce sobre sua família, sem deixar de ser um gigante gentil e vulnerável.

Nesse período, todos devem permanecer a sete metros de distância deles e falar sussurrando, pois estamos em seu habitat e devemos respeito eles considerando todo o mal que já causamos, quase os levando à extinção. Mesmo respeitando as regras, nada impede de um deles se aproximar de você, principalmente os mais novos, que são extremamente curiosos. Neste caso você deve sair de perto, pois a todo momento o Silverback observa o que acontece ao seu redor e a qualquer som emitido por seus filhotes, ele virá em seu socorro.

A renda proveniente do turismo ecológico é utilizada para reforçar a proteção do parque, remunerar os guardas e guias, construir escolas e estradas e certamente mostrar a todos os habitantes que preservar esta espécie tão ameaçada é a única solução.

A população de gorilas, felizmente, está crescendo em Ruanda. Foto: sem crédito

A outra face
Enquanto alguns têm dentro de si o instinto de preservação, outros exploram a atividade em benefício próprio.  Durante o voo para Ruanda, havia duas pessoas nas poltronas atrás de mim, caçadores profissionais, e fui obrigada a ouvir durante toda a viagem ambos se gabando de quantos animais já caçaram, quanto pagaram, quantas armas possuíam e suas próximas chacinas.

É totalmente permitido caçar na África do Sul, em locais determinados e com animais marcados para morrer.  A um custo de US$ 6.000, é possível assassinar um leão e também taxidermizá-lo para exibir como enfeite em sua sala (como pude escutar durante o trajeto), isso sem contar os elefantes, leoas, várias espécies de veados, felinos diversos,entre outros.

Em vez do país investir no turismo de preservação, as autoridades abrem as portas para as mais sórdidas mentes e deixa que acabem com sua maior riqueza em troca de dinheiro. A vida destes inocentes seres não tem preço, e, no entanto são assassinados das piores formas possíveis.

É lamentável que ainda existam pessoas que se corrompam e permitam que matem animais inocentes em troca de dinheiro e muito mais que ainda existam pessoas com um pensamento pré-histórico para conseguir ter prazer no sofrimento e morte de quem não pode se defender.

Existe também outro tipo de exploração: são safáris em parques fechados, onde os animais vivem protegidos, mas rodeados de cercas elétricas, e ficam
à disposição de um público totalmente destituído de bom senso.

Filhote exposto ao público chora e sofre pelo estresse causado. Foto: Vanessa Perez

Pude presenciar bebês leões chorando, provavelmente procurando por suas mães, enquanto turistas se dividiam em grupos para ficarem em sua companhia por 5 minutos, para fotos.

Pequenos filhotes estavam totalmente estressados, caindo de sono, pois durante todo o dia ficam à disposição dos “humanos” e enquanto tentavam dormir dezenas de pessoas tentavam acordar, acariciar, pegar no colo e brincar com os cansados bebês.

Definitivamente este é um lugar que ainda precisa evoluir muito.

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