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Não existe pele “ética” ou “verde”: um guia para o consumidor

7 de maio de 2011
4 min. de leitura
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A indústria de extração de peles é responsável pelo sofrimento atroz, e pela morte de mais de 100 milhões de animais a cada ano. Dentre os animais que morrem para permitir a produção de artigos supérfluos e de luxo, há coelhos, raposas, visons, texugos, focas, lobos, coiotes, esquilos, gatos e cães.
Apesar de suas diferenças, raposas, coelhos, visons e muitos outros animais selvagens são mantidos no mesmo tipo de gaiolas durante todo o período de suas curtas vidas. © Network for Animal Freedom 2009

85%  dos animais utilizados na fabricação de pele são criados em cativeiro, para fins comerciais. As pequenas gaiolas com grades no piso, que causam  lesões aos animais, mantêm os custos de produção baixos, e os lucros elevados.

Porém, cada animal paga o preço: uma vida marcada pelo estresse e desprovida dos comportamentos naturais mais básicos, como, por exemplo, correr, brincar, cavar buracos ou, até mesmo, aproveitar a luz do dia.

A maioria dos animais criados para a indústria de peles costuma ser sacrificada aos oito meses de vida, com sua primeira pelagem de inverno. Assim, a alta qualidade dos produtos fabricados à base de pele não implica em uma vida com bem-estar, mas sim em uma criação em gaiolas, cujos animais são abatidos logo após a troca da pelagem infantil.

Ao final, os animais em cativeiro se deparam com métodos terrivelmente cruéis de abate, incluindo a eletrocussão e a retirada da pele ainda com vida. Essas técnicas, que preservam a integridade da pela, provocam uma dor muito intensa.

Descubra abaixo o que você pode fazer.

Os anos 2000 testemunharam o retorno à moda das roupas de pele, comprovando, assim, que o poder de pôr um fim à produção cabe ao consumidor – já que a indústria cresce ou declina de acordo com a demanda do mercado.

Por favor, leve em consideração as seguintes informações, e transmita-as aos seus amigos e familiares:

Não existe pele “ética” ou “verde”

Embora o rótulo “Origem Certificada”, concedido pela Federação Internacional de Comércio de Artigos de Pele, tente atribuir respeitabilidade à criação de animais para esse fim, a fragilidade das normas sobre a importação e rotulagem desses produtos negociados em todo o mundo torna tais artigos insuscetíveis de serem rastreados. Ainda que fosse possível a existência de “criações humanitárias para a indústria de pele”, a origem dos bens que chegam ao consumidor não poderia ser garantida.

O mito da indústria de peles baseada em elevados padrões de bem-estar foi desmascarado em 2008 e 2009, por meio de investigações no interior de fazendas na Noruega, mostrando que até mesmo uma nação desenvolvida e progressista, que afirma produzir peles “de forma ética”, está, na verdade, criando animais em condições estarrecedoras.

A indústria “verde” de peles também constitui uma estratégia de marketing: os animais são oriundos de fazendas comerciais, que geram, em escala industrial, enormes quantidades de resíduos; e a pele é processada por meio do uso de substâncias químicas tóxicas e poluentes. O método moderno de produção de pele acarreta um custo ambiental considerável.

Apliques de pele implicam em tanta crueldade quanto casacos inteiros

A maioria dos animais abatidos na indústria de extração de peles acaba sendo utilizada para a produção de apliques de pele, setor da indústria que movimenta bilhões de dólares por ano.

Em geral, eles são submetidos a maus-tratos até piores que os animais usados para casacos inteiros – como são necessários pedaços menores de pele, toma-se ainda menos cuidado para evitar lesões ou doenças, já que peles de qualidade inferior são simplesmente descartadas.

Estima-se que morra um número maior de animais para atender a demanda atual de apliques de peles do que para a fabricação de casacos inteiros: menos pele por peça não significa menos crueldade. © iStock

A indústria de pele de animais selvagens não é isenta de crueldade

Enquanto as fazendas de extração de pele são extremamente cruéis, as armadilhas e arapucas- capazes de esmagar os ossos – não oferecem nada que se assemelhe a uma morte rápida e piedosa para animais capturados na natureza.

Além de não discriminarem as espécies a serem capturadas, algumas armadilhas já foram consideradas desumanas por associações veterinárias.

Medidas simples para ajudar a proteger os animais contra o comércio de extração de peles

– Evite consumir qualquer produto à base de pele: os rótulos podem ser enganosos! As peles de cães e gatos costumam ser descritas como “vintage” ou “artificiais”, para atrair os consumidores. Dicas para evitar a compra de peles verdadeiras (em inglês).

– Certifique-se de que a sua loja favorita não comercializa peles

– Vote, ou ingresse no Design Against Fur (design contra a extração de peles): Esse concurso anual promove a criação, por estudantes de todo o mundo, de artes gráficas que exponham a crueldade da extração de peles.

Saiba mais

Para mais informações sobre a criação de animais para extração de peles, sobre os animais usados nesse mercado, e para ter acesso a um guia sobre como distinguir peles sintéticas das verdadeiras, visite o site da Fur Free Alliance .

Fonte: WSPA

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