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Leões são mais diversos geneticamente do que o esperado

12 de abril de 2011
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Leão caminha pelo Parque Nacional Kruger, na África do Sul (Foto: Getty Images)

Pesquisadores descobriram que os leões que habitam o centro-oeste africano são geneticamente mais próximos da subespécie asiática do que os que habitam o sudeste africano. Eles analisaram o DNA da mitocôndria de leões das duas partes da África, Índia, assim como de leões já extintos na natureza. Para os cientistas, compreender a estrutura geográfica da diversidade genética é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de conservação.

As duas regiões da África contêm leões com características físicas e comportamentais diferentes. Estudos anteriores mostravam que os do centro-oeste tendem a ser menores e mais leves, além de terem jubas menores e comer menos. “Porém só levar em conta as características físicas não é o suficiente. São dois ecossistemas diferentes, e os animais podem ter se adaptado para tanto, por isto é preciso também fazer uma análise genética”, disse ao iG Laura Bertola, autora do estudo e do Instituto de Ciências Ambientais da Universidade de Leinden, na Holanda, e autora do estudo.

Leão em Louloumbaya, Camarões. Cientistas constataram que os leões da África Central ão geneticamente mais próximos aos da Índia ( Foto: Hermen Visser)

A descoberta surpreendeu os cientistas, mas é preciso cautela, pois ainda é cedo para afirmar que existe uma nova espécie de leões. Todos os leões pertencem a uma mesma espécie, Panthera leo, existindo a subespécie da Ásia, Panthera leo persica. Tanto os leões da África quanto os da Ásia são classificados como vulneráveis na lista vermelha das espécies ameaçadas.

Os pesquisadores sugerem que a diferença entre os leões do centro-oeste africano e o sudeste pode ser explicada pelo isolamento geográfico por e barreiras como a Floresta Central africana e o Vale Rift, que vão desde a Etiópia até a Tanzânia e da república democrática do Congo a Moçambique.

Outra explicação foram as frequentes glaciações do período do Pleistoceno – entre 40 mil e oito mil anos atrás. Um impacto significativo sobre os animais e a disponibilidade de alimentos pode ter resultado em diferentes linhagens genéticas nesta região. Depois de extintos os animais, grupos vindos da Ásia podem ter recolonizado a região.

De acordo com o estudo, esta relação dicotômica entre espécies com indivíduos tanto no centro-oeste africano e sudeste africano tem sido observada em sete outros animais africano, como o elefante africano (Loxodonta africana), o guepardo (Acinonyx jubatus), rinoceronte (Diceros bicornis), antílope (Hippotragus equinus), e a girafa (Giraffa camelopardalis).

Os pesquisadores pretendem agora aprofundar ainda mais estudo com análise dos dados do núcleo da célula, visto que a análise mitocondrial contém características apenas das fêmeas. “Só a análise mais aprofundada pode revelar se há uma nova espécie e nós vamos continuar os nossos estudos nesta direção”, disse.

Laura afirma que só a análise genética contribui para a melhor administração de esforços de conservação para espécies ameaçadas de extinção. “Só assim poderemos dizer se é uma espécie muito rara”, diz.

Fonte: Último Segundo

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