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Vírus humano ameaça vida de gorilas em Ruanda

30 de março de 2011
3 min. de leitura
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Pesquisadores encontraram vestígios do Metapneumovírus em necropsia de animais. Há apenas 786 gorilas-das-montanhas na natureza

Na imagem, Kampanga, um dos gorilas que vivem no Parque Nacional de Vulcões, em Ruanda. Foto: AP Photo/Riccardo Gangale

Pesquisadores descobriram que um vírus mortal, que causam doenças respiratórias nos seres humanos, podem ser transmitido para gorilas-das-montanhas. A espécie, que habita a África Central, está ameaçada de extinção.

Pesquisadores que realizavam estudos no Parque Nacional dos Vulcões, em Ruanda, disseram afirmaram ter encontrado vestígios do Metapneumovírus humano na necropsia de dois gorilas que mortos em 2009. Eles estavam em um grupo de 12 gorilas infectados por doença respiratória.

Os dois gorilas que morreram em 2009 eram uma fêmea adulta e um recém-nascido pertencentes ao grupo Hirwa, que vivia em Ruanda. Em 2008 e 2009, esses animais apresentaram surtos de doenças respiratórias, com diferentes quantidades de tosse, secreção nos olhos e no nariz, e letargia.E

Uma série de análises mostrou traços bioquímicos do metapneumovírus (MPV) nos dois animais que morreram. A fêmea morreu em consequência de uma infecção secundária no pulmão, mas o MPV desencadeou uma pneumonia nela. O vírus também foi encontrado no gorila recém-nascido, que nasceu de uma fêmea que apresentou sintomas de doença respiratória.

Há apenas 786 gorilas-das-montanhas no estado selvagem. Eles vivem em Ruanda, Uganda e na República Democrática do Congo.

Como há menos de 800 gorilas de montanha, cada um é criticamente importante para a sobrevivência da espécie “, disse Mike Cranfield, diretor-executivo do Projeto Veterinário Gorilas da Montanha. – Mas esses animais vivem cercados de pessoas, e essa descoberta deixa claro que viver em parques nacionais protegidos não significa estar isolado de doenças humanas.

Humanos e gorilas dividem aproximadamente 98% do DNA. Essa relação genética muito próxima tem gerado preocupação sobre a possibilidade de os gorilas serem suscetíveis a muitas das doenças infecciosas que afetam os homens.

O potencial para transmissão de doenças entre homens e gorilas da montanha (gorilla beringei beringei) inspira preocupações especiais porque nos últimos cem anos aumentou muito seu contato com os homens. Na verdade, os parques nacionais onde os gorilas são protegidos em Ruanda, Uganda e na República Democrática do Congo são cercados pelas populações humanas mais densas da África.

Além disso, o turismo para ver esses animais, ao mesmo tempo em que atrai fundos para os parques nacionais, leva milhares de pessoas de todo o mundo a esses locais. Doenças infecciosas são a segunda causa de morte mais comum entre os gorilas da montanha. Lesões são a primeira.

“O tipo de infecção mais frequente é a respiratória, que pode causar de um resfriado a uma pneumonia severa”, disse Linda Lowenstine, coautora do estudo e que analisa esses animais há mais de 25 anos.

O estudo, realizado por pesquisadores de diversas instituições, incluindo a Universidade de Columbia e da Universidade da Califórnia, foi publicado terça-feira (29) no periódico científico Emerging Infectious Diseases Journal publicado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

Com informações da AP

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