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Descaso com animais usados para passeios em Nova Friburgo (RJ) provoca onda de protestos na internet

24 de março de 2011
3 min. de leitura
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Num cenário que ainda é de reconstrução – com muita poeira, buracos e pouquíssimos turistas – os cavalos e jumentos que tradicionalmente eram usados para passeios no entorno da Praça do Suspiro, em Nova Friburgo (RJ), voltaram ao trabalho. No entanto, a cena dos animais expostos ao sol forte, diante de um bebedouro quebrado e cercados de escombros, anda causando revolta em alguns moradores e visitantes.

Sensibilizado, o administrador de empresas friburguense Carlos Emerson Junior, de 60 anos, fotografou no último domingo um grupo de sete cavalos parados na pracinha e postou a imagem em seu blog. A foto foi compartilhada por amigos e protetores de animais no Facebook, causando uma onda de protestos na rede social.

“Estive lá e não gostei nada do que vi. O local onde os animais deveriam ter água corrente, ainda está semidestruído e com apenas um restinho de água suja da chuva. Isso é uma maldade. O trenzinho que levava os turistas para passear ainda não voltou, mas os animais foram obrigados a ficar lá. Para piorar, fui informado que a Coordenadoria do Bem Estar Animal, a quem eu poderia denunciar o que vi, não abre nos finais de semana. Ou seja: se você vê um caso assim tem que esperar até segunda-feira para denunciar”, diz Carlos Emerson, que, diante da impossibilidade de achar um fiscal da prefeitura, decidiu fazer a denúncia em seu blog .

Procurada pelo GLOBO, a responsável pela Coordenadoria de Bem Estar Animal de Nova Friburgo (Coobea), Carla Freire, informou que, apesar de achar que ainda não era hora de os animais voltarem, a prefeitura não pode impedir os tutores de levarem os burricos e cavalinhos de volta ao ponto turístico. Mas, diante do grande número de reclamações, ela promete ir até lá no próximo final de semana para verificar as denúncias. Nova Friburgo foi a cidade da região serrana mais devastada pelas enxurradas ocorridas em janeiro.

Proprietária de um apartamento no Centro de Friburgo, a comerciante Ana Martha de Lima, de 45 anos, conta que esteve lá na semana passada e também ficou com muita dó dos cavalos:

“Eu costumo passar finais de semana lá e sempre me compadeci deles. Mas agora é ainda pior. É um absurdo. Não tinha nem turista na praça. Para que deixar aqueles animais lá, sofrendo com aquele sol ?”, protestou.

A coordenadora da Coobea, Carla Freire admite que o órgão só faz atendimento ao público de segunda a sexta-feira, 11h30m às 17h30m, mas argumenta que todos na cidade conhecem seu telefone celular. O telefone do órgão é (22): 2522-1356. No finais de semana, a coordenadora atende no celular: 22- 9931-3313.

“Eu estive lá na semana anterior e não tinha visto isso. Mas vamos voltar lá e conversar com os tutores dos cavalos. Temos consciência de que um cavalo precisa de beber no mínimo 40 litros de água por dia e, pelo que me falaram, eles estão sem água”, comentou.

De acordo com Carla Freire, a situação precária dos animais de tração da Praça do Suspiro é uma preocupação da prefeitura, que em janeiro ia iniciar o cadastramento de todos os animais e tutores que fazem ponto na praça. A tragédia das enchentes, no entanto, justifica Carla Freire, atrasou o trabalho, que deve ser iniciado em breve. Ela promete fazer um levantamento dos animais e criar regras para o trabalho.

Em Paquetá, 40 cavalos utilizados em carroças de passeios vão receber chips de identificação. O objetivo é reduzir a taxa de abandono dos animais e responsabilizar os tutores em caso de maus-tratos.

Fonte: O Globo

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