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Filhote de ave pré-histórica da Paraíba cresceu e hoje é pai

14 de março de 2011
4 min. de leitura
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Por Edimilson Camilo

Fotos: Aramy Fablicio

No dia 25 de fevereiro 2009 o ambientalista Aramy Fablicio encontrou um ninho da ave pré-histórica urutau, mais conhecida na região por Pai da Lua, como chamava a avó do ambientalista, a senhora Emilia Peixoto que chegou aos 102 anos de idade. Na época o ambientalista ficou 71 dias morando em uma barraquinha de camping dentro da floresta, para proteger a ave com o ovinho e depois com o filhotinho dos predadores.

“Os predadores eram principalmente os saguins, pois onde a ave botou o ovinho era bem no meio de uma área de dormida de várias colônias de saguins que com certeza teria comido o ovinho, pois os saguins formam bandos de dez a doze e acordam com uma fome voraz e era um período de seca e eu tinha que acordar às 4 horas da madrugada para afugentá-los para o topo da serra, pois lá eles encontrariam mais alimento e não deixava os importunar a ave com seu ovinho e depois com o filhotinho”, explica Aramy.

“À tardinha eles voltavam alimentados e não importunavam a ave. Mas meu maior medo era do pior predador o bicho homem, pois ficava dentro da floresta e sentia medo da perversidade do homem em roubar as aves ou fazer maldade com elas e lógico minha integridade também. O ovinho eclodiu com 30 dias e a ave voou de forma natural para floresta com 41 dias que dar um total de 71 dias morando dentro da floresta e a missão foi cumprida dai fiquei mais um dia para ver se via a avezinha, mas não a vi mais. Meses depois eu a vi nas proximidades da mata com a plumagem adulta. Em janeiro de 2011 o filhote de Urutau filho do primeiro casal arrumou uma parceira e novamente tive a mesma missão, mas dessa vez as criaturas fizeram o ninho longe dos saguins e ficou melhor para mim, pois não precisei ficar dentro da floresta, mas mesmo assim quase todo dia sentia a necessidade de olhar as criaturas”.

Segundo o ambientalista, “hoje o filhotinho está com 40 dias de nascido e com a plumagem branquinha, depois ele vai ficando com a plumagem acanelada, e em breve vai chegar o dia dele ao anoitecer se afasta aos pouquinhos do ninho, se é que posso chamar uma cavidade no topo de uma estaca seca de cajazeira de ninho, e a noite ele voará para dentro da floresta protegido pelos pais que a noite se aproximam. Pelas características, o macho desta cria é o filhotinho que fui seu guardião. Fico muito contente, pois significa uma vitoria para natureza e que ajudei esta espécie a procriar mais uma vez. Acho que todas as pessoas que acompanharam esta história ficarão contentes também em saber que a ave esta bem e procriando. Meu sonho é quem sabe as futuras e futuras gerações ouvirem os gritos delas nas noites de lua cheia apesar de tantas agressões que a natureza sofre em consequência do homem que tende não só exterminar a vida selvagem, mas o próprio habitat onde estar destinado a viver”.

A ave teve seu filhotinho em uma propriedade de preservação que faz parte do projeto Natureza Livre, onde na frente da propriedade tem uma plaquinha afixada com a frase: Proibido Caçar e Capturar Animais. As plaquinhas são confeccionadas com zinco reaproveitado de biqueiras velhas, calhas, daí o nome do projeto Biqueira Velha. O projeto Natureza Livre surgiu através do Biqueira Velha.

Hoje quase todas as pequenas e grandes propriedades do município de Fagundes e até os circum vizinhos tem plaquinhas proibindo a caça e a captura de animais se transformou em uma enorme área territorial preservada com isso não existe fronteiras, o animal onde estiver ele estar protegido do pior animal o homem. “Faço soltura de animais de diversas espécies que são entregues a mim por pessoas que se conscientizam que não podem mantê-los em cativeiro nessa região de atuação dos projetos Biqueira Velha e Natureza Livre”, explica o ambientalista Aramy Fablicio.

Conheça mais sobre os projetos do ambientalista Aramy Fablicio através do site www.aramyfablicio.org, ou pelo e-mail: [email protected].

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