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Anclivepa divulga carta à população sobre a Leishmanione Viceral Canina

2 de fevereiro de 2011
4 min. de leitura
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Vivi Vieri
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A Anclivepa divulga aos seus associados sua análise e posicionamento referente à questão da Leishmaniose Visceral Canina – LVC, em nosso país. Durante o ano de 2010 o Conselho Federal de Medicina Veterinária– CFMV realizou encontro técnico-científico sobre a questão da LVC no Brasil, no qual participaram médicos veterinários especializados nas áreas de saúde pública, epidemiologia, clínica médica, além de diretores do CFMV, Anclivepa Brasil, MAPA, Ministério da Saúde, OPAS e dos CRMVs.

Desse encontro, o sistema CFMV/CRMVs divulgou carta que situou a realidade da LVC no Brasil. De forma idêntica, o CRMV-MS promoveu o Iº Simpósio Sul-Matogrossense de Leishmaniose, com objetivos de informar, atualizar, discutir e orientar médicosveterinários, médicos, advogados, juízes, promotores e delegados sobre os aspectostécnico-científicos e jurídicos da Leishmaniose que foram divulgadas conclusões para toda a classe médica veterinária e a sociedade em geral. Além disso, as Anclivepas regionais promoveram por todo país simpósios sobre o tema, procurandoinformar e discutir o problema.

Está claro que a Leishmaniose Visceral é doença grave, que leva ao óbito animais e humanos, sendo considerada pela OMS endemia prioritária em ações decontrole nos 88 países em que está presente. A população brasileira demonstra crescente interesse no conhecimento dessa doença e, sem dúvida, está a cada dia conhecendo mais, não somente sobre a doença, mas também sobre as ações de controle preconizadas pelos agentes de saúde pública do Brasil.

Dessa maneira, a Anclivepa Brasil pontua os seguintes aspectos:

1 – Reconhece o importante papel dos Conselhos de Medicina Veterinária no esclarecimento à sociedade em relação àLeishmaniose Visceral.

2 – Parabeniza o CFMV e os CRMVs que promoveram eventos relativos a discussão doassunto, bem como suas imparciais conclusões, que apontaram falhas cruciais para sealcançar o controle da doença no Brasil

3 – Conclama que demais Entidades e Conselhos da Medicina Veterinária do país realizem, em 2011, espelhados nos exemplos dos CFMV e CRMV-MS, encontros voltados para o tema. Esses encontros permitem vislumbrar os equívocos existentes na orientação pública em relação ao controle da Leishmaniose Visceral no Brasil

4 – Divulga que a revisão sistemática da OPAS em janeiro de 2010, concluiu queas ações de controle adotadas no Brasil, não demonstram eficácia. Além disso, essamesma revisão indica que o controle do vetor seria melhor estratégia do que a polêmica eliminação canina.

5 – Informa que outros reservatórios urbanos foram identificados, fragilizando ainda mais a eliminação canina praticada pelo serviço público.

6 – Reitera que os métodos diagnósticos atuais para a Leishmaniose Visceral Canina, mantém-se frágeis e levam à morte milhares de cães com resultados falso positivos.

7 – Enfatiza a necessidade de medidas de proteção dos cães contra os vetores, distribuindo colares inseticidas ou inseticidas tópicos em animais nas regiões afetadas ea realização de vacinação contra LVC em regiões endêmicas.

8 – Defende o tratamento de cães afetados, amparada nas evidencias cientificas deque a eliminação desses cães não diminuiu o risco de contaminação humana, além do fato de que os cães tratados mantém-se saudáveis, sem capacidade infectante econstantemente protegidos da aproximação do vetor. Essa conduta encontra respaldonão só em publicações científicas mas também em documentos oficiais da OPAS e OMS.

Baseados nesses pontos a Anclivepa Brasil declara que:

1 – Discorda da proibição do tratamento canina, imposta pela portaria interministerial 1.426/2008, que vem sendo mantida em detrimento de todas as evidencias de suaineficácia e inexeqüibilidade.

2 – Defende a opção do tratamento de cães assintomáticos com a autorização e responsabilidade legal do tutor.

3 – Defende campanhas públicas de educação em controle do vetor, desfocadas da eliminação de cães. Para isso, será necessário investimento em contratação de mão-de-obra permanente e treinamento para que as visitas de controle não se limitem à identificação de animais sororeagentes com o objetivo de sua eliminação. Essas visitas devem dar orientações preventivas para o controle da transmissão vetorial.

4 – Exige aplicação das verbas públicas em medidas éticas que busquem diagnósticos corretos, controle do vetor através de campanhas de aplicação de inseticidas centrados nos cães.

5 – Não concorda com diagnósticos imprecisos que resultem em eliminação dos animais. Defende exames seguros e repetidos conforme acompanhamento médico dosanimais.

6 – Defende e busca o diálogo com os agentes públicos.

AAnclivepa Brasil reitera que o combate da LVC desse ser centrado no controle do vetor.

Reunião de Diretoria da ANCLIVEPA BRASIL.

Salvador, 31 de janeiro de 2011
Paulo Carvalho de Castilho
Presidente

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