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Plano da ONU para proteger os tubarões é um fracasso, aponta estudo

29 de janeiro de 2011
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Fábrica de processamento de tubarões em Kesennuma, Japão. Foto: Shawn Heinrichs/Pew Environment Group

O alardeado programa das Nações Unidas para conservar as espécies de tubarão foi um fracasso retumbante, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira (27) e que culpa Indonésia, Índia, Espanha, Taiwan e outros 16 países que ocupam o topo da lista de pescadores deste animal.

“O futuro dos tubarões do mundo está nas mãos dos 20 maiores pescadores de tubarão, a maioria dos quais falhou em mostrar o que está fazendo – se é que está fazendo alguma coisa – para salvar esta espécie ameaçada”, acusou Glenn Sant, do grupo britânico TRAFFIC.

“Eles precisam agir para reverter a queda das populações de tubarão e ajudar a garantir que a lista de espécies ameaçadas pela pesca predatória não aumente ainda mais”, afirmou.

O estudo, uma parceria da TRAFFIC e do grupo americano Pew Environment, lança um apelo aos países que participarão na próxima semana da cúpula da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma, para que repensem suas atitudes.

O encontro do Comitê de Pesca da FAO, de 31 de janeiro a 4 de fevereiro, examinará os resultados do Plano de Ação Internacional para a preservação de tubarões e arraias.

O plano, lançado com estardalhaço pela ONU em 2001, lista dez pontos considerados essenciais para garantir que a pesca do tubarão seja uma atividade sustentável, e obriga os países signatários a elaborar planos nacionais para preservar a espécie, sujeitos a avaliações da FAO a cada quatro anos.

Desde então, a pesca predatória massiva – principalmente para atender à demanda dos mercados do leste asiático por sopa de barbatana de tubarão – contribuiu para afundar ainda mais os números das populações, de acordo com o estudo.

Pelo menos 73 milhões de tubarões são mortos todos os anos, e cerca de um terço das espécies de tubarão está ameaçada ou corre risco de extinção.

A pesquisa responsabiliza os 20 maiores caçadores do peixe pela tragédia, identificando-os a partir de dados coletados pela FAO. Ao todo, mais de 640.000 toneladas de carne de tubarão são consumidas por estes países anualmente – quase 80% do total mundial.

“Apenas 13 dos 20 maiores pescadores desenvolveram planos para proteger os tubarões (…), e ainda não ficou claro de que maneira estes planos foram implementados ou mesmo se tiveram algum efeito”, destaca o texto.

No topo da lista negra de caçadores está a Indonésia, que responde por 13% da pesca global de tubarões, seguida por Índia (9%), Espanha (7,3%) e Taiwan (5,8%).

Outros grandes pescadores são a Argentina (4,3%), México (4,1%), Paquistão (3,9%), Estados Unidos (3,7%), Japão (3%) e Malásia (2,9%).

Fonte: Último Segundo

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