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Especialistas explicam comportamento de cão adotado após tragédia no RJ

17 de janeiro de 2011
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Foto: AFP

A fidelidade do vira-lata Caramelo emocionou pessoas por todo o Brasil. Depois de ter perdido a tutora, Cristina Maria Cesário Santana, uma das vítimas das fortes chuvas na Região Serrana do Rio, e ficar alguns dias ao lado da cova, o cão também foi visto cavando para encontrá-la. Os dias passavam e ele continuava ali, até ser resgatado pela Comissão Especial de Proteção Animal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e ser adotado por uma nova família. Especialistas tentam explicar essa atitude do cachorro, que conseguiu localizar a tutora, soterrada pelos escombros.

– Essa atitude mostra o grande afeto grande que ele tinha por ela. Como todos estão na função de achar alguém, ele também está. E com 30 vezes mais tecidos sensoriais (olfativos) do que o ser humano, essa capacidade de localizá-la é enorme. Enquanto os humanos possuem cerca de 50 milhões de células receptoras olfativas, o cão possui cerca de 220 milhões – disse Mônadda Kiin, que faz passeios educativos e cuida do comportamento dos animais.

Já Sávio Freire Bruno, professor da faculdade de veterinária na disciplina zoologia da UFF e que também atua na medicina de animais silvestres, foi mais além.

– O que eu consigo ver numa relação como essa é que os cães em vida livre são animais altamente sociais e, como vivem em matilha, possuem um líder, mas com relação de soliedariedade e de respeito à liderança. O cão doméstico tem esse tipo de comportamento, pois quando foram trazidos para domicílo, trouxeram um comportamento intrínseco à espécie, que é descendente dos lobos.

O professor elogiou o comportamento animal e disse que está emocionado também com o comportamento humano.

– Assim como a fidelidade do cão, é louvável a atitude de solidariedade das pessoas com as vítimas da Região Serrana. E com os animais também. Sei que Caramelo foi adotado, mas terá um período de dificuldade, de sofrimento. Só que essa nova tutora vai conseguir conquistá-lo – disse, com otimismo, Sábio Bruno.

A veterinária Andrea Lambert, membro da Comissão Especial de Proteção Animal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e que resgatou Caramelo e outros animais que ficaram sem lar por causa da chuva, disse que tem recebido várias ligações de interessados, mas explicou que o processo de adoção não é tão fácil assim.

– Fazemos uma entrevista, pegamos os dados da pessoa e conversamos para saber que cuidados ela pode dar para o animal. Se a adoção for liberada, a pessoa assina um termo de responsabilidade. E durante uns meses, nós acompanhamos de perto a adoção.

Quem quiser adotar animais, pode entrar em contato com a veterinária pelo telefone (21) 9632 8115 ou pelo email [email protected].

Fonte: Extra Online

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