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Cão abandonado em apartamento desespera vizinhança, em Portugal

16 de janeiro de 2011
3 min. de leitura
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Moradores da Rua da Junqueira, em Cacia (frente à fábrica da Renault), em Portugal, garantem que no primeiro andar de um prédio se encontra um cão, sozinho, há quase um mês.

A situação já foi comunicada à Proteção Civil e à Guarda Nacional Republicana (GNR), que já tomou conta da ocorrência e visitou o local várias vezes, mas pouco ou nada pode fazer por se tratar de propriedade privada. Ao assobio de quem por ali passa, o pastor alemão aparece de imediato na marquise, espreitando por uma abertura da janela, com um olhar triste e meigo.

O alerta foi dado pelos proprietários de um café instalado no rés-do-chão do prédio e que, garantem, “têm sido dias e dias a ouvir o cão a ladrar a toda a hora, sem que nada possamos fazer”, explicou Alegria Frade ao Diário de Aveiro.

Em seu entender, esta é uma questão “de respeito pelos animais, de humanidade e até de saúde pública”, referindo-se à “imundice que deve estar no apartamento (ou, pelo menos, no espaço a que o cão tem acesso), tendo em conta os dias que já passaram”.

Ao que o Diário de Aveiro apurou, os tutores do pastor alemão alugaram o apartamento, um casal de Sever do Vouga, através de uma agência imobiliária. “Durante quatro ou cinco meses tudo correu bem. Eles pagaram a renda, viviam a sua vida com toda a normalidade e até traziam o cão à rua, praticamente todos os dias”, comentou Manuel Frade.

Mas, a situação sofreu um revés quando, alegadamente, os arrendatários deixaram de pagar a renda. “Ainda estiveram uns meses sem pagar a renda, até que desapareceram, por altura do Natal, mas deixaram o cão no apartamento. Nós acreditamos que alguém vem dar comida e água ao animal, senão nem ele aguentava tanto tempo vivo e ativo. Mas quando o fazem é de forma bem discreta e sempre em horas tardias”, refere.

“É impossível ficar indiferente”

O ladrar contínuo do cão tem motivado inúmeras queixas, quer de vizinhos, quer dos proprietários do bar, quer, mesmo, dos clientes que, estando no interior do estabelecimento, “são obrigados a ouvir o latir do animal. Dias e dias seguidos. É impossível ficar indiferente e não é agradável para ninguém”, reforça Alegria Frade, algo desapontada com a “impotência” das autoridades em intervir. “A GNR justifica-se, dizendo que não pode invadir a propriedade privada. Pediram-me para lhes ligar assim que me aperceber de movimentos estranhos no prédio e garantiram que vão reforçar o policiamento nesta zona”, mas o que gostava, realmente, era que o animal fosse retirado do apartamento e colocado num local seguro e com condições.

Igualmente “impotente”, afirma-se a proprietária do apartamento, dizendo-se “de pés e mãos atadas” para pôr fim a esta situação. “Tomara eu ver este problema resolvido, mas os inquilinos deixaram de atender o telefone e não temos forma de falar com eles”, explica ao Diário de Aveiro, acrescentando que “nem nós, os donos da casa, podemos lá entrar, por ser invasão de propriedade. Só o tribunal nos pode dar esse direito e já estamos a tratar do assunto de forma oficial, com o apoio de um advogado”.

Fonte: Diário de Aveiro

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