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Frio mata milhares de peixes nos EUA, Brasil e Nova Zelândia

6 de janeiro de 2011
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução/IOL Diário

Há quem pergunte se a vida selvagem está amaldiçoada, outros se este é o início do apocalipse. O que é verdade é que os casos recentemente divulgados de mortalidade de aves e peixes ganharam a atenção da opinião pública global. Depois das aves nos Estados Unidos e Suécia, as atenções voltam-se agora para os milhares de peixes que aparecem mortos em vários países. O frio, neste inverno rigoroso é a explicação.

Segundo Henrique Cabral, investigador do Centro de Oceanografia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o frio e o choque térmico diminuem o metabolismo dos peixes e podem congelar os fluídos internos e a massa muscular. O especialista disse ainda que estes são “fenômenos relativamente naturais e não têm proporções muito significativas”. No mar, além de não se registarem grandes oscilações de temperatura, os animais têm grande mobilidade e podem fugir para águas mais amenas. Os peixes mais afetados são os que vivem em lagos, rios ou no mar a pequenas profundidades.

Foi o que aconteceu no Arkansas, nos EUA. Ao mesmo tempo que apareciam cerca de cinco mil aves mortas em Beebe, cem mil peixes apareceram mortos em um rio. No dia 4 de janeiro, dois milhões de peixes apareceram mortos em Chesapeake, Maryland, depois de o caso ter sido denunciado na semana passada. As autoridades do Departamento de Ambiente de Maryland estão investigango as causas, mas suspeitam das baixas temperaturas, avança o jornal “Baltimore Sun”. O departamento comunicou que os resultados preliminares mostram que a “qualidade da água parece ser aceitável”.

“Uma diminuição brusca das temperaturas da água, aparentemente, causou a morte dos peixes”, segundo o departamento. As temperaturas da água chegaram aos 0,5ºC em dezembro, a menor cifra registrada na região nos últimos 25 anos. O último registro que se tem data de janeiro de 1976, quando morreram 15 milhões de peixes.

No Brasil, cem toneladas de peixes mortos já foram encontradas, desde 30 de dezembro, em Paranaguá, no litoral do Paraná. A maior parte é sardinhas e bagres. Segundo o jornal “Folha de São Paulo”, investigadores do Instituto Ambiental do Paraná recolheram amostras dos peixes e, nos próximos dias, deverão anunciar as causas da mortandade. O Centro de Estudos do Mar (CEM) da Universidade Federal do Paraná acredita que as mortes podem ser explicadas pelo possível aumento na concentração de algas que produzem toxinas (causado por mudanças de temperatura), por um derrame de produtos químicos ou por doenças.

Na Nova Zelândia, as autoridades estão investigando a morte de centenas de peixes nas praias da Península Coromandel. Os animais foram encontrados no dia 4 de janeiro por banhistas. James Hughes, que estava de visita a uns amigos, contou ao “New Zealand Herald” que os seus filhos chegaram com peixes na mão, dizendo que os tinham encontradona areia e flutuando no mar. Um técnico do Departamento de Conservação informou que os peixes estavam morrendo de fome por causa das condições meteorológicas.

O mau tempo na Nova Zelândia foi notícia no dia 23 de dezembro, quando o Departamento de Conservação revelou que centenas de pinguins e outras aves marinhas não estão conseguindo alimentar as suas crias e morrem de fome na costa. A falta de peixe deve-se a alterações nos padrões climáticos, causadas pelo fenômeno La Niña.

Fonte: Ecosfera

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