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Taubaté dá um grande passo rumo à ética ao impedir a volta dos rodeios

23 de dezembro de 2010
2 min. de leitura
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Angelica Monteiro
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Uma lição de cidadania e de união foi registrada no último dia 8, na Câmara Municipal de Taubaté (SP). A APATA – Associação Protetora de Animais de Taubaté fez sua parte mais uma vez. Isso ficou claro quando compareceu ao plenário com várias pessoas, numa manifestação contra o projeto de Lei complementar n*30, que alterava os artigos da Lei Complementar 205 de 25/10/2009, de autoria dos vereadores Henrique Nunes (PV) e Alexandre Villela (PMDB).

A proposta da vereadora Pollyana Gama (PPS) para que Taubaté voltasse a ter rodeios, além da alteração da Lei das Carroças (incluindo também, uma mudança de horário de circulação de carroças no município), soou como um imenso retrocesso. A possibilidade de tal projeto ser aprovado pelos vereadores do Município trouxe muita preocupação e indignação a todos aqueles, que lutam arduamente pelos direitos dos animais. Felizmente, após uma verdadeira chuva de emails (incluindo – se aí, entidades de peso como, por exemplo, o Fórum Mundial de Proteção Animal, e a WSPA – Sociedade Mundial de Proteção Animal, que englobam centenas de ONGs de proteção animal pelo Brasil afora), alertando que tal atitude seria, um grande e lamentável retrocesso, o projeto foi barrado pela Comissão de Justiça, composta pelos vereadores Chico Saad (PMDB), Luizinho da Farmácia (PR) e Antonio Mário (DEM), o que levou a vereadora voltar atrás na sua intenção e emitir uma nota esclarecendo que a apresentação da emenda (que não entrou em pauta), foi solicitação de representantes de Associação e membros de Sindicato que realizarão essas atividades de rodeio. O que quase ninguém diz é que rodeio é, na verdade, não um simples entretenimento inofensivo, mas sim uma prática lesiva e cruel, dificilmente colocada desse modo para a opinião pública, que acaba encarando-a apenas como prosaica diversão.

A APATA, uma entidade sem fins lucrativos com 30 anos de vida e de lutas em favor dos animais de todas as espécies, não tem nada contra a festa e os shows. O problema está justamente no “espetáculo”, que explora literalmente a dor, o sofrimento e a violência contra animais indefesos, que são subjugados sem dó nem piedade. Ou alguém acredita mesmo, que todos os bovinos e equinos se comportam da maneira bravia como nos são apresentados dentro de uma arena de rodeio, apenas por natureza/instinto?

Taubaté deu um grande passo na busca por noções éticas e sociais (assim como a proibição de circos com animais selvagens, que são literalmente massacrados visando apenas o lucro e mais nada) e, por que não, por uma melhor qualidade de vida, que passa antes por educar nossas crianças e jovens a terem consciência, consideração e consequentemente, respeito não só pelos semelhantes, mas principalmente, pelos mais fracos e indefesos. Isso sim gera cidadania numa comunidade, numa cidade, num país. Ainda bem que o bom senso prevaleceu mais uma vez. Rodeio em Taubaté? NÃO.

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