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Santuário de primatas é inocentado das acusações de maus-tratos feitas por donos de circos

11 de dezembro de 2010
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O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público, arquivou na tarde de ontem (10) o inquérito instaurado para investigar possíveis experimentos científicos com chimpanzés no Great Ape Project (GAP), também conhecido como Projeto dos Grandes Primatas.

Na última quinta-feira, o médico microbiologista cubano Pedro Ynterian, responsável pelo santuário onde são mantidos dezenas de macacos, prestou depoimento durante três horas e afastou qualquer suspeita de que os animais vinham sofrendo maus-tratos. Segundo o promotor Wellington dos Santos Veloso, Ynterian ainda contribuiu com as investigações ao fornecer todos os documentos solicitados e se prestando a abrir seu sigilo fiscal, fornecendo cópias de seu imposto de renda e comprovando a origem dos recursos particulares empregados na manutenção do local que, segundo ele próprio, não recebe auxílio governamental ou de outras ONGs.

De acordo com o promotor, o encerramento do inquérito se baseia nos resultados obtidos a partir de uma força-tarefa com a participação da Polícia Civil e Militar, médicos veterinários, especialistas do Zoológico Municipal, representantes do Ministério Público e Ibama, em vistoria por todo o Santuário, sem que fosse encontrado qualquer indício de experiências com os macacos. O que se observou foi a adequação satisfatória dos ambientes onde vivem os animais recolhidos. Não se constatou nada no local que sugerisse qualquer outra intenção que não fosse a proteção dos animais, declarou o promotor.

Durante a diligência, diversos documentos e computadores foram apreendidos para análise e também não levantaram suspeita, o que levou o Ministério Público e a Polícia Militar Ambiental a emitirem laudos que atestam a regularidade da instituição.

Veloso destacou que as denúncias foram oficialmente registradas pela União Brasileira de Circos Itinerantes (UBCI) e que partiram de pessoas ligadas a atividades circenses, prejudicadas em função da atividade do GAP, que contribuiu para a retirada de praticamente todos os chimpanzés dos circos do País.

Em carta aberta divulgada ontem no site do Projeto, Ynterian afirma que donos de circos tentaram se vingar porque perderam seus animais em situação de maus-tratos. Uma vez mais os circos com animais perderam outra batalha, talvez a última de sua luta para manter os animais sob seu domínio e explorá-los como uma fonte de renda, escreveu.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

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