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Prefeituras e MP divergem sobre a causa da mortandade de peixes no Rio dos Sinos

11 de dezembro de 2010
2 min. de leitura
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Um grupo de prefeitos representando os administradores dos 22 municípios do Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia do Rio dos Sinos (Prosinos), noRS, apresentou relatório indicando que a poluição que causou a morte de 16 toneladas de peixes, nas últimas semanas, foi química. A origem e o tipo do produto devem ser detalhados nos próximos 15 dias.

Preliminarmente, os laudos constataram que metais pesados provocaram o desastre. O resultado diverge do apontamento do Ministério Público do Estado (MP), que indicou detritos orgânicos despejados por uma indústria de Igrejinha como decisivos para a mortandade.

O presidente do Prosinos criticou, em nome dos demais prefeitos, o MP e a Fepam. Conforme Ary Vanazzi, os dois órgãos atribuiram às prefeituras a causa da mortandade de peixes. “Carga tóxica elevada caiu no rio e não foi o esgoto”. A análise foi realizada pelos serviços de água e esgoto de São Leopoldo (Semae), Novo Hamburgo (Comusa), secretarias do meio ambiente dos 22 municípios e técnicos do Prosinos.

O prefeito de Novo Hamburgo, que também pertence ao consórcio, foi mais incisivo nas críticas. “Não aceitamos esse ambiente intimidatório”, disse Tarcísio Zimmermann . Sobre a análise apresentada pelo promotor Daniel Martini, indicando que a poluição causadora da mortandade partiu de uma indústria de Igrejinha, ele disse não acreditar. “Foi mais um chute e sem muita pontaria desse promotor”, afirmou. O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, admitiu, no entanto, que as prefeituras têm uma parcela de culpa pela poluição do Sinos. “Somos parte desse problema”, reconheceu.

Vanazzi criticou o fato de não ter sido realizada análise em peixes mortos em setembro e que ainda não foram divulgados resultados sobre a mortandade do início de novembro. A responsabilidade, segundo ele, é da Fepam. A análise apresentada nesta sexta-feira está relacionada exclusivamente à mortandade do início de dezembro. O prefeito admitiu ainda que a captação de água foi suspensa por mais de dois dias, no início do mês, até a onda de poluição seguir o curso do rio.

O que disse o MP

O promotor Daniel Martini reiterou que a característica da mortandade sugere que houve um grande derramamento de carga orgânica e que isso pode ser consequência do detrito de residências e também afluente industrial. “Há uma série de causas e o esgoto doméstico tem sua parcela de responsabilidade”, afirmou.

Ele lembrou ainda que o tratamento de esgoto nos munípios do Vale do Sinos não passa de 5%. No dia 15, Martini pretende se reunir com os prefeitos dos municípios da região, que hoje encaminharam um ofício para postergar a data, até que recebam os laudos definitivos apontando a causa da mortandade.

O que disse a Fepam:

A Fundação preferiu não se manifestar. Por meio da assessoria de imprensa, informou apenas que não há resultado de análises indicando com precisão a causa da mortandade.

Fonte: Vitrine Digital

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