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O ativista Peter Young fala sobre o sentimento de salvar animais

10 de dezembro de 2010
5 min. de leitura
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Por Vanessa Perez  (da Redação)

Peter Young é vegano pelos animais (Foto: Reprodução/RFT)

Peter Young foi chamado de terrorista, mas também foi chamado de herói. E, por dois anos, de 2005 a 2007, ele foi chamado de convidado no sistema prisional federal por confessar sua culpa pela ilegal soltura de milhares de minks que pertenciam a fazendas de peles em Wisconsin, e este ato causou quase um quarto de milhão de dólares em danos materiais.

O ativista Vegan de 33 anos diz que foi fortemente influenciado pela cena de música hardcore no início dos anos 90. Atualmente, ele é um porta-voz da controversa Animal Liberation Front – a ALF, uma rede de ativistas filiados dos direitos dos animais conhecidos por quebrarem as leis para combater a crueldade inerente à produção industrial, a indústria de peles e a experimentação científica.

Recentemete, ele esteve na Universidade de St. Louis, no auditório Carlo, para apresentar Bold Native, um filme que ele diz que vai colocar um rosto humano a ALF e ajudar a desmistificar o que eles fazem. A RFT Daily fez uma rápida entrevista com o jovem logo após o seu avião aterrisar na Lou.

Nesta entrevista dada ao jornal Riverfront Times, Peter fala sobre seu ativismo e escolha pelo veganismo.

RFT: O que podemos esperar do Bold Native?

PY: Não é um documentário, é uma história muito boa. Bold Native é realmente um filme marcante. É a primeira ficção a assumir a Animal Liberation Front. Isso vai desmistificar a Animal Liberation Front. Você terá um vislumbre do que acontece com os animais, mas não é feito de uma maneira que você sente que está recebendo um sermão. As filmagens [do matadouro] são reais. É uma história sobre um pai que ama seu filho e não quer ver seu filho passar o resto de sua vida na prisão, quer ver seu filho novamente e está preso em uma luta moral entre seu papel como CEO de uma empresa de fast food e seu filho [ativista dos direitos dos animais].

RFT: E você está nele, não é? Como foi isso?

PY: Foi muito divertido, era a minha estréia como ator. Eu interpreto o papel de alguém que está lá quando há uma ação coordenada pela ALF nas obras. Eu interpreto alguém que não está muito feliz com a maneira como essa ação está sendo conduzida e sente que ela deve ser realizada de forma diferente.

RFT: É algo que acontece muito?

PY: Claro, eu acho que uma das coisas que você pode ver na ALF é a forma como alguém poderia resistir à pressão, se eles estão sendo interrogados pelo FBI. Além disso, quão resistentes são as pessoas que estão tomando esses animais? Você pode entrar e sair de um laboratório em poucas horas, mas as pessoas que têm os animais, além de cuidar deles, estão obtendo evidências. Eles precisam ser, no mínimo, fortes, se não mais.

RFT: O que as pessoas deveriam saber sobre a ALF? Eles são terroristas?

PY: Quando eu quebrei a lei para os animais, não era algo que eu apreciava. Era algo que eu senti que tinha que fazer. Estas são pessoas que se importam muito e, lamentavelmente, sinto que eles têm de quebrar a lei. Apesar do fato de eu ter tomado o que alguns chamariam de uma via extrema a esta idéia, ser Vegan é a melhor coisa que você pode fazer pelos animais. Eu acho que o problema é tão ruim agora que não justifica um elevado nível de ação.

RFT: Você mencionou a música hardcore como uma grande influência em sua vida. Quais são as maneiras que outras pessoas podem aprender sobre fábrica/abuso de animais?

PY: A única coisa mais poderosa que você pode fazer seria visitar um matadouro local, visitar uma fazenda de ovos. A internet, obviamente, abriga uma riqueza de informações. Assista a vídeos,  [ PETA’s seminal slaughterhouse ] Meet your meet (Conheça sua carne). Várias pessoas do elenco [de Bold Native] não eram Vegan, antes de participar, mas no decorrer das filmagens decidiram que era a única opção.

RFT: E quanto às pessoas que assistem filmes como esse ou apresentem informações sobre fábrica de animais e não dão aos seus hábitos de uma segunda opção?

PY: Isso é algo que tem sido chamado de esquizofrenia moral – as pessoas têm uma forma de compartimentar sua moral. Eles dizem: “Se alguém ferir meu cachorro, eu vou ferí-los ‘, mas eles vão sentar e comer frango em cada refeição. Eu era essa pessoa também, mas quando alguém me mostrou tudo isso quando eu tinha 16, não havia mais como voltar atrás.

RFT: Como a prisão mudou você?

PY: Isso me fez perceber que eu posso lidar com as piores coisas na vida.  Isso me fez perceber o quão realmente fracas são a maioria das ameaças do governo. Como ativista, pude perceber o quão tolo são muitos dos nossos medos – os ativistas estão com medo de aparecer em um comício. Eu tenho outros que nem sequer me ligam – pois estão com medo de serem colocados em uma lista. Muito do medo que temos se torna bobo quando você o encara de frente. Eu posso dizer que eu o vi de perto e o que está acontecendo com os animais é muito pior. É uma posição privilegiada para se levantar e dizer: ‘Ugh, eu tenho que fazer alguma coisa ou enviar essa notícia. Você só pode dizer isso estando em uma posição humana muito privilegiada por não estar preso dentro de uma caixa para gado.  Mesmo a prisão não é tão ruim quanto à das vidas que eu roubei.

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