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Documentário registra o resgate de uma elefanta explorada pela indústria do entretenimento

8 de dezembro de 2010
3 min. de leitura
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Por Giovanna Chinellato (da Redação)

Foto: Reprodução/Animals Change

Durante o anual Elephant Roundup tailandês, 300 elefantes cativos rodam arcos, jogam dardos e fazem diversos truques para uma plateia de milhares de pessoas. Mas, no ano passado, um elefante a menos teve de sofrer.

Uma fêmea gravemente machucada, de 40 anos, chamada Ratree, foi resgatada de uma arena por Juliette West, jovem de 14 anos de Pacific Palisades, Califórnia, EUA.

How I Became an Elephant (Como me tornei um elefante), um documentário sobre este resgate e o apelo dos elefantes do sudeste asiático, estreou recentemente em Hollywood.

A paixão de West por elefantes veio à tona no ano passado quando ela descobriu que o Los Angeles Zoo planejava construir um cercado de 3,6 acres para Billy, um elefante que tem vivido sozinho em meio acre no zoológico por 20 anos.

Ela escreveu para o conselho da cidade de Los Angeles (equivalente à câmara de vereadores brasileira), dizendo-lhes que elefantes precisam caminhar no mínimo 20 milhas por dia, e pediu que enviassem Billy a um santuário. (Os protestos de West, Lily Tomlin, Bob Baker e muitos outros ativistas foram ignorados e a nova “atração” Elefantes Asiáticos será inaugurada em 16 de dezembro).

West estudou sobre elefantes para ter embasamento em sua luta, tendo encontrado com representantes de zoológicos e santuários da vida selvagem. Quando ela ouviu falar do Elephant Roundup, arrecadou os $10.000 necessários para comprar um dos elefantes e transportá-lo a um santuário. Então, ela se encontrou com o diretor de cinema Tim Gorski, na National Animal Rights Conference do ano passado. Gorski escreveu no Palisadian-Post que iria filmar elefantes asiáticos e estava buscando um gancho para levar a história à audiência americana.

“Juliette, como você se sente indo em uma aventura?”, ele perguntou.

Em novembro de 2009, West e Gorski pegaram um avião para o Elephant Roundup, em Surin. Eles se encontraram com Lek Chailert da Tailândia, que é conhecida como Dama dos Elefantes. Chailert tem resgatado paquidermes doentes e feridos há 30 anos. Ela fundou o Elephant Nature Park, o primeiro santuário tailandês para elefantes abusados.

Eles decidiram resgatar Ratree porque ela estava na pior condição em relação aos outros, com ossos quebrados por passar anos em programas de reprodução cativa. Nesses programas, fêmeas são imobilizadas para que machos as montem, e elas frequentemente morrem de hemorragia interna. Menos de 2% dos filhotes sobrevivem.

O processo de ensinar um elefante a jogar dardos e girar arcos é tão cruel quanto usar ganchos como objetos de treino.  “O gancho para elefantes é projetado para um propósito apenas: inflingir dor e punição”, West argumenta.

Desde que retornou da Tailândia, West visitou escolas locais para falar de sua experiência e conscientizar os alunos sobre a situação dos elefantes.

Ratree morreu no santuário em março. West disse em um artigo ao Palisadian-Post que, enquanto foi um acontecimento triste, por ela ter sofrido tanto antes de ser resgatada, ao menos ela “morreu num lugar feliz”.

No documentário, perguntam a West se ela acha que ela mesma seria aceita em uma manada de elefantes como Ratree foi.

“Sim”, ela responde. “Foi assim que eu me tornei um elefante.”

As informações são da Animals Change

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