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Para ambientalista, mortandade de peixes deve-se a lançamento de efluentos tóxicos no rio

5 de dezembro de 2010
3 min. de leitura
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Em decorrência da mortandade de peixes ocorrida na última quarta-feira (08) , a presidente do movimento ecológico SOS Rio dos Sinos, Dione Moraes, e o engenheiro químico, João Boss, estiveram na região do incidente coletando amostras e fazendo observações.

Foto:Divulgação

“Fomos informados que havia grande quantidade de peixes mortos e presos nos remansos, além de muitos agonizando nas margens. Caminhamos um longo trecho pelas trilhas que margeiam o rio e encontramos muitos peixes de várias espécies como traíras, jundia, cascudo e inclusive uma espécie de rã que possui um ferrão, todos estava agonizando”, conta Dione.

Foram constatadas manchas nos animais, que não estavam presentes em peixes saudáveis.“O objetivo era comprovar os resultados das análises citotoxicológicas realizadas com a água do rio após a mortandade ocorrida no início de novembro deste ano.” Dione conta que esses peixes apresentaram características características como desorientação; haviam se perdido e batido nas margens do rio. A respiração deles estava ofegante, a barriga inchada, sem causa aparente”, conta a presidente do SOS. Ela destaca que ainda é necessário aguardar os demais resultados das análises, que devem estar prontos na próxima semana.

Segundo a ambientalista, a vazão de água do Rio dos Sinos está boa e o nível satisfatório, com correnteza bem forte, “o que chama mais atenção para o fato de ter ocorrido uma mortandade”, ressalta, lembrando que estas características deveriam ter mantido o nível de oxigênio suficiente para a vida das espécies.

Em um monitoramente realizado no dia 22 de novembro, Dione diz que o PH da água estava muito baixo e o nível de fósforo estava muito acima dos parâmetros considerados normais. Na ocasião, foram colhidas amostras de água próximo a captação de água da Comusa, no Arroio Luiz Rau (na ponte da Av.Pedro Dams Filho) e em São Leopoldo (em frente ao Clube de Regatas Humaitá).

Falta de oxigênio na água

Como citado acima, pelas características que o rio se encontrava, e pela falta de oxigênio da água constatada, a presidente do SOS Rio dos Sinos diz que tudo leva a afirmar que tenha sido depositado no rio uma grande quantidade de poluente “e com grande potencial de gerar impacto no meio ambiente aquático”, diz.

A hipótese se baseia nas constatações da água e pelos sintomas apresentados pelos peixes como hemorragia, desorientação e asfixia, o que contribui para a possibilidade levantada pela Secretaria de Meio Ambiente, em ter ocorrido lançamento de produtos de origem agrícola, utilizado nas plantações e descartado de forma ilegal.

Dione lembra que em 2006, ano em que houve grande mobilização pela morte de cerca de 90 toneladas de peixes, já havia sido flagrado um empreendimento de cultivo de arroz, que jogava a drenagem de suas lavouras diretamente no Rio dos Sinos

A ecologista espera que a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente tome as medidas cabíveis e “identifique os responsáveis por este crime ambiental, que coloca em risco a sobrevivência de todas as espécies que dependem do Rio”, ressalta.

Com informações do Novo Hamburgo.Org

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