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Termina temporada reprodutiva de baleias jubarte na Bahia

2 de dezembro de 2010
3 min. de leitura
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Foto:Reprodução/Jornal da Mídia

Chega ao fim mais uma temporada reprodutiva das baleias jubarte no Brasil. Em 2010, a migração destes mamíferos para os trópicos chamou a atenção pelo número de encalhes registrados: até o momento foram 96 casos, bem mais do que as 30 ocorrências de 2009. Houve, ainda, um crescimento de mais de 100 % se compararmos com 2007, ano recorde até então, com 43 registros. Os estados com maior número de encalhes são a Bahia, com 36 encalhes, e o Espírito Santo, com 30. O restante ficou distribuído em locais como: Rio de Janeiro (8), São Paulo (7), Sergipe (4), Rio Grande do Norte (2), Ceará (2), Alagoas (2), Paraná (1) , Rio Grande do Sul (1) e Santa Catarina (3).

As jubartes foram muito caçadas até a década de 1960 e tiveram sua população reduzida para algo como 5 a 10% da população original. Durante anos não houve sinais de recuperação, mas a partir do final da década de 1990 a população começou a dar sinais de crescimento. A última estimativa, feita em 2008 pelo Instituto Baleia Jubarte, apontava para cerca de 9.300 jubartes na costa do Brasil com um crescimento em torno de 7% ao ano. De acordo com o Diretor de Pesquisa do Instituto Baleia Jubarte, o médico-veterinário Milton Marcondes, além do crescimento da população, diversos fatores podem contribuir para o aumento da ocorrência de encalhe de jubartes no Brasil: “Ferimento por redes de pesca, doenças, separação de filhotes de suas mães e problemas de falta de alimentação nas regiões polares são fatores que podem levar ao encalhe destes animais. Ainda estamos investigando os encalhes desta temporada,” afirma. Sobre os possíveis problemas de natureza nutricional, não se sabe até que ponto as mudanças climáticas globais poderiam afetar a disponibilidade do principal alimento das jubartes, o krill, uma espécie de “camarão” minúsculo.

O fenômeno de mortalidade de baleias não está ocorrendo apenas no Brasil. Na Argentina houve alta mortalidade de baleia franca (Eubalaena australis) entre 2007 e 2009. Na costa oeste da Austrália os pesquisadores foram surpreendidos ano passado pela morte de 46 baleias da espécie jubarte. Há uma causa comum para a morte de baleias nestes três países? Será que a mudança climática afeta a oferta de alimentos na Antártida? Algum novo agente biológico pode estar causando estas mortes? Estas são perguntas que pesquisadores destes países estão tentando responder em conjunto.

Descobrir a causa da morte das baleias é uma tarefa difícil. Mais de 80% das baleias encalhadas são animais que morreram no mar. Na maioria das vezes elas já chegam a praia tão decompostas que o exame é impossível, isso sem falar na dificuldade de se necropsiar um animal que pode chegar a 35 toneladas, no caso da jubarte. Quando a baleia encalha ainda viva é preciso correr contra o tempo e contra alguns fatores que trazem complicações ao animal encalhado. Por ter grandes dimensões, é difícil mover a baleia, que sofre ainda com as altas temperaturas, que podem provocar queimaduras. Outro agravante é o excesso de peso, que faz com que os órgãos sejam comprimidos, o que prejudica os sistemas circulatório e respiratório.

Fonte: Jornal da Mídia

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