EnglishEspañolPortuguês

Ceará terá centro para mamíferos

27 de novembro de 2010
3 min. de leitura
A-
A+
Diogo foi o último peixe-boi tratado pelo centro de Iparana.Foto Iana Soares

Os peixes-boi encalhados nas praias do litoral leste cearense, que atualmente são reabilitados em Itamaracá (PE), não precisarão mais ser transportados até lá. O Ceará ganhará, em 2011, o novo Centro de Reabilitação de Mamíferos Marinhos. O prédio será construído na Colônia Ecológica do Serviço Social do Comércio (Sesc), na praia de Iparana, em Caucaia. Desde 2001, no local, já existe um centro de reabilitação que trata peixes-boi, golfinhos, botos e baleias. Além de cuidar de animais encalhados no Ceará, o centro recebe mamíferos marinhos encontrados no litoral oeste do Rio Grande do Norte.

O novo prédio terá estrutura adequada para completa reabilitação dos peixes-boi. Conforme explicou a bióloga Ana Carolina Meirelles, coordenadora do Programa de Mamíferos Marinhos da Aquasis, ONG responsável pelo centro de Iparana, atualmente os animais são resgatados, passam alguns dias em tratamento e, quando estão prontos para viajar, são transferidos para o Centro Mamíferos Aquáticos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Itamaracá. Lá permanecem por três ou quatro anos e, depois desse período, retornam ao mar.

“A grande vantagem do centro aqui é que eles vão poder ser soltos no local de origem. Hoje eles são soltos lá, porque, como já estão maiores, fica complicado trazê-los de volta”, frisou. Com o novo espaço, a atual capacidade de tratar dois animais de uma vez só, passará para nove. “O lugar terá tanques, cozinha apropriada, ambulatório”, enumera. O novo centro é um projeto da Aquasis em parceria com Sesc, com patrocínio da Petrobras Ambiental.

Neste ano, cinco peixes-boi foram resgatados pelo centro de Iparana. De acordo com Ana Carolina Meirelles, a maioria deles é filhote. Em alguns casos, isso ocorre porque a fêmea abandona o filhote. Mas o principal motivo de encalhe de peixes-boi é a degradação do habitat de reprodução dos animais, segundo a bióloga. “No mar, é bem mais difícil do filhote, que não sabe nadar direito, se adaptar”.

O último peixe-boi tratado pelo centro de Iparana foi para Itamaracá ontem. Ele foi batizado de Diogo, por ter sido encontrado na praia de Diogo Lopes (RN). Segundo Ana Carolina, o filhote, que pesa 30 quilos e tem 1,20 metro, estava sendo cuidado pela equipe da Aquasis desde o dia 16. Após passar por exames clínicos, análise do sangue e das fezes, ele foi transferido para Pernambuco.

O Ceará é recordista nacional de encalhes de peixes-boi, principalmente filhotes. O Estado é responsável por 50% dos encalhes desses mamíferos marinhos, que estão ameaçados de extinção, de acordo com o Centro de Mamíferos Aquáticos/Ibama em Itamaracá (PE).

Diogo
Nos dias em que ficou no Ceará, Diogo foi alimentado com leite de soja e vitaminas.

O peixe-boi foi transportado em um avião da Casa Civil do Governo do Estado. Foram duas horas de voo até Recife e mais uma hora e meia de carro até Itamaracá.

Ele foi levado em um colchão. Para não ressecar e facilitar a respiração, um óleo mineral foi passado na pele do peixe-boi. Durante a viagem, molhavam também os olhos e o nariz do animal.

Fonte: O Povo

Você viu?

Ir para o topo