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Estudante que se recusou a matar uma galinha durante aula torna-se ativista pelos direitos animais

9 de novembro de 2010
3 min. de leitura
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Por Giovanna Chinellato (da Redação)

Foto: Animals Change

Quando Whitney Hillman, de 16 anos, fugiu da aula com um galo embaixo do braço, ela sabia que estava salvando a vida de Chicklett, mas não fazia ideia do impacto que isso teria em sua própria vida, ou de outras pessoas e galinhas ao redor do mundo.

Nas cinco semanas entre nomear Chicklett em sua escola e o dia que ela supostamente deveria matá-lo, os dois criaram um laço. Whitney não sabia muito sobre como as galinhas eram tratadas antes de conhecer uma. “Odeio dizer isso, mas antes do que aconteceu eu era uma das pessoas que vai ao McDonald’s e pede uma caixa de nuggets de galinha. Mas não toquei em carne desde que conheci Chicklet”. Agora, ela está alerta para a forma como galinhas são tratadas, advogando pelos direitos animais.

Segundo informações da Animals Change, não foi uma mensagem fácil para seus colegas engolirem. Estudantes começaram a aparecer com camisetas de “Coma Mais Galinhas” e a provocá-la. Mas perder alguns amigos não foi suficente para detê-la, é mais importante defender a vida e a dignidade das galinhas que sofrem.

Whitney ganhou muitos amigos também, incluindo mais de 1700 no Facebook. Ela foi entrevistada pela mídia local e o Wild Time Radio na Inglaterra. Sua história foi divulgada por diversos grupos ativistas, como a PETA e a United Poultry Concerns, e ela e a mãe, que a apoiou por todo o processo, estão se tornando protetoras fiéis em blog e fóruns. Existem rumores de um possível documentário sobre Chicklett.

Ela, Withney, não salvou o galo para ter atenção, nem como protesto contra comer carne. Ela simplesmente percebeu que o que a sociedade faz aos animais, particularmente na produção de alimentos, é errado. “Se fossem cães, o professor e alunos seriam presos”, ela disse à Wild Time Radio.

O simples ato de compaixão de Whitney por um animal ajudou o mundo a ver galinhas como indivíduos, não produtos de consumo em massa como a indústria gostaria. Ela quer educar os outros e está começando um grupo de alerta ao abuso de animais na própria escola.

E como está Chicklet depois de virar celebridade? Whitney sabe que galinhas industriais são manipuladas para crescer rápido demais, a ponto de seus corpos não aguentarem, mas ela pesquisou bastante e descobriu que livre e se alimentando bem, Chicklett pode ter alguma chance. Por enquanto, ele está apenas recebendo bastante atenção, e tem se dado bem com os outros da fazenda, embora não consiga acompanhá-los numa corrida. Ele tem até uma casinha especial para ficar seguro a noite.

Não nos esqueçamos que tudo isso começou na sala de aula. Pais que normalmente precisam assinar permissões para estudos do meio e idas ao cinema não foram alertados de que seus filhos matariam animais, e não foram oferecidas alternativas às crianças.  Whitney disse: “Perguntei um milhão de vezes se poderia fazer outra coisa, não podia fazer aquilo.” O professor Hamilton respondeu-lhe incessante que o projeto era obrigatório e que o galinho deveria morrer.

A escola continuou defendendo o projeto como experiência válida para a produção de “alimentos”.  “O professor ficava dizendo que é muito melhor comer essas galinhas do que as criadas pela Tyson. Mas eu não vejo muita diferença.”, disse Whitney. Se essa fosse uma aula justa, galinhas seriam trazidas de matadouros e os alunos aprenderiam a respeitar os animais. Em vez disso, galinhas foram criadas confinadas a cinco ou seis por gaiola (30 x 30 cm).

A mãe de Withney comentou que ainda espera por uma resposta da escola sobre o que lhes dá direito de ensinar a matar, sem permissão dos pais inclusive. “Minha filha não precissa matar nada porque vocês querem.”

Os alunos deveriam aprender compaixão, não assassinato. Eles deveriam aprender a ser mais como Whitney.

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