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Coelhos são modificados geneticamente para servirem de cobaias em laboratório holandês

18 de outubro de 2010
3 min. de leitura
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A primeira empresa europeia a produzir uma droga a partir de um animal modificado geneticamente começará a distribuir seu tratamento a pacientes nas próximas semanas. A Pharming, da Holanda, será o primeiro grupo farmacêutico mundial a derivar um medicamento a partir de coelhos transgênicos, usando o leite produzido pelos animais como base para sua droga para tratar uma rara doença genética.

O produto, aprovado em junho pela Agência de Medicamentos Europeia, precisa da ratificação formal da Comissão Europeia, o que é esperado até o início de novembro. Sob o nome comercial de Rhucin, será submetido para aprovação das autoridades reguladoras dos EUA no fim do ano.

Será o segundo remédio aprovado pelas autoridades reguladoras de um animal transgênico, depois de a GTC Biotherapeutics, dos Estados Unidos, ter recebido autorização para produzir seu medicamento ATryn, para evitar coágulos sanguíneos, a partir do leite de cabras modificadas geneticamente.

A  aprovação pode ser um grave precedente para um maior número de  intervenções genéticas em animais , chamados de  “fábricas vivas” pela comunidade científica.

Só a Pharming tem 200 coelhos, que são mantidos confinados em local fechado e alimentados com DNA modificado. Seu leite  é extraído por meio de uma bomba mecanizada,  uma versão modificada da usada nas vacas pelos criadores de gado. A Pharming recusou-se a revelar a localização exata de sua fábrica.

“Estamos preocupados com o impacto sobre o bem-estar dos animais”, disse Helen Wallace, chefe da GeneWatch UK, um órgão de pesquisas que critica o “uso exagerado de soluções genéticas”. “Normalmente, há outras formas de produzir drogas. Nenhuma produção dessa forma mostrou-se eficiente em termos de custos […] Há muitos exemplos de tentativas experimentais que acabaram fracassando.”

Sijmen de Vries, executivo-chefe da Pharming, no entanto, alegou que os coelhos são “bem tratados” e que não mostram evidências de efeitos colaterais com a modificação genética, que ele diz afetar apenas as glândulas mamárias produtoras de leite. “Estamos monitorando constantemente cada animal”, afirmou. “Eles são checados diariamente.”

Com informações do Valor Online

Nota da Redação: Animais confinados, submetidos a condições estressantes, a serviço da insanidade humana: não podemos considerar isso como bem-estar. Por que será que o mesmo senhor que defende que os animais estão sendo “bem tratados” não revela a localização da tal fábrica de horrores? Os maus-tratos começam no momento em que se retira o animal do seu ambiente natural e o obriga a viver aprisionado e ainda sob tortura, juntamente com outras centenas de animais condenados ao sofrimento e à morte em nome de uma ciência perversa. São privados de liberdade, manipulados até à exaustão, sentem medo, dor. Com tamanho histórico de atrocidades e crueldades praticadas nos laboratórios contra os animais, a comunidade científica já poderia ter saturado de seus atos cruéis e sem resultado, e evoluído para um exercício ético e construtivo da ciência – mas, ao contrário disso, ainda não são capazes de enxergar o sofrimento desses seres indefesos e continuam estagnados e retrógrados, causando apenas mais e mais sofrimento para o planeta, sem acrescentar absolutamente nada de importante para a vida.

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